O rápido e desordenado crescimento da Vila Leopoldina e entorno preocupa os moradores mais antigos do bairro e coloca a região na lista dos itens que merecem particular atenção por parte da Subprefeitura da Lapa. Entrevistado pelo Jornal da Gente, o subprefeito Paulo Magalhães Bressan aborda a falta de equipamentos culturais no bairro e avalia a dinâmica das reuniões do Conselho de Segurança Comunitário da Leopoldina (Conseg), onde a subprefeitura é constantemente cobrada por serviços como recapeamento ou limpeza de ruas e praças.
Jornal da Gente – A despeito do crescimento vertical, a Leopoldina continua sem oferecer aos moradores espaços culturais consolidados. Como o senhor analisa essa questão?
Paulo Bressan – De fato a Leopoldina está crescendo sem a inserção de serviços. Se a comunidade sente falta de equipamentos culturais ela tem de saber reivindicar. Não se trata de o poder público chegar para a comunidade e dizer: aqui vai ter um teatro. É preciso que essa comunidade se articule e diga o que quer.
Jornal da Gente – Mas ela será ouvida? No caso da transferência do Espaço Cultural Tendal da Lapa a comunidade não foi consultada.
Paulo Bressan – Espaço para esse tipo de diálogo existe. A questão do Tendal, como já tive oportunidade de dizer, caminhou por aspectos técnicos. Aqui na Lapa, as coisas acontecem com uma outra dinâmica. Temos, por exemplo, uma praça Cornélia com atividades culturais. Na Leopoldina existe o que? E não foi a prefeitura que criou essa realidade em torno da Cornélia. Foi a própria comunidade local.
Jornal da Gente – Nas reuniões do Conseg da Leopoldina, os moradores e associações abrem discussão em torno de temas como saneamento básico, limpeza urbana e calçamento. Como lidar com essas situações, que também se repetem no Conseg da Lapa, por exemplo?
Paulo Bressan – Não gosto de fazer comparações, mas como você citou dois bairros é preciso dizer que o Conseg da Lapa já está estruturado, de modo que as questões de segurança são encaminhadas de uma maneira mais ordenada. Não era assim nas primeiras reuniões das quais participei. Havia um peso muito grande em questões como limpeza de praças e buracos nas ruas. Mas estabeleceu-se um ‘modus operandi’. Hoje, a subprefeitura toma a palavra no final das reuniões. Primeiro são ouvidas as questões relativas à segurança propriamente dita. No Conseg Leopoldina isso não acontece. É muita confusão. Todo mundo fala de tudo e ninguém fala de nada. Por isso é que tomamos a posição de pedir para que as pessoas encaminhem diretamente para a Subprefeitura as reivindicações que nada têm a ver com segurança. No dia em que o Conseg se organizar e começar a falar de segurança com tranqüilidade, poderemos ter um espaço para discutir as coisas que são próprias de uma subprefeitura. O Conseg da Leopoldina precisa começar a enxergar o que ele quer.