Casa sem futuro

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Em 2006, o governo estadual bem que tentou passar a idéia de que a mudança de nome da Febem para Fundação Casa não era maquiagem idealizada por marketeiros de plantão no Palácio dos Bandeirantes.
A promessa era iniciar um novo ciclo na política de ressocialização do menor infrator, partindo de pressupostos como unidades descentralizadas com número reduzido de internos e um amplo leque de medidas sócio-educativas, tudo pautado na “Justiça, Ética e Respeito ao Ser Humano”, conforme podemos ler no site da Fundação.
No endereço eletrônico www.casa. sp.gov.br também está escrito que uma das finalidades da instituição é “selecionar e preparar pessoal técnico necessário à execução dos programas socioeducativos”, bem como “participar de programas comunitários e estimular a comunidade (grifo nosso) no sentido de obter a sua indispensável colaboração para o desenvolvimento de programas de reintegração social e/ou cultural, educacional e profissional dos adolescentes”.
Lamentavelmente, não é esse o cenário que encontramos na unidade Casa que funciona desde setembro do ano passado na nossa região. Não dá para dizer que os cem menores hoje lá internados constituem um número reduzido de internos. Se em menos de um ano de funcionamento, já passaram pela Casa Leopoldina quatro diretores, é sinal que a Fundação não foi bem sucedida na proposta de selecionar e preparar adequadamente seu quadro funcional.
Neste mês de julho a unidade conviveu com a fuga de 12 menores (quatro continuam foragidos) e com a morte de um jovem de 18 anos, que segundo a diretoria da Fundação Casa resolveu por fim à própria vida. Isso somado a uma anterior tentativa de fuga no início do ano nos leva a crer que algo não funciona bem no campo das tão propagadas medidas sócio-educativas. Por fim, até o momento nenhum convite de parceria por parte da Fundação Casa foi dirigido às instituições comunitárias locais como Senai, Ciesp, OAB e Associação Comercial, que sem dúvida se disporiam a integrar programas de ressocialização.
Cabe perguntar: até quando a presidente da Fundação Casa, Berenice Gianella, olhando para a situação da Casa Leopoldina continuará aderindo à turma do “deixa como está para ver como é que fica?”. Será que o secretário da Justiça, Luiz Antonio Guimarães Marrey, também compartilha desse lema?

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