Vem da Vila Hamburguesa um alerta para todos os bairros da região, que podemos resumir na seguinte indagação: a rápida e gigantesca transformação conta ou não com infra-estrutura (saneamento, energia elétrica, transporte e malha viária) capaz de sustentar esse vertiginoso crescimento urbano?
Na Hamburguesa, alvo de frenética verticalização no perímetro das ruas Carlos Weber e Nanuque, já começam a surgir reclamações em relação à rede de captação de águas pluviais e de esgoto. Existe a desconfiança de que tais sistemas, projetados para um perfil de bairro não verticalizado, estejam aquém das demandas atuais que não param de crescer.
Essa dinâmica do desenvolvimento local implica num outro grande temor: será que o bairro corre o risco de travamento em seu sistema viário uma vez que os lançamentos imobiliários seduzem o comprador oferecendo duas ou mais vagas nas garagens? As ruas da Hamburguesa, Leopoldina, Alto da Lapa e Bela Aliança conseguirão absorver o novo tráfego de veículos?
Igual cenário vivem os moradores de áreas como Romana, Pompéia e Jaguaré, que também passam por transformações urbanas de grande porte. Sabesp e Eletropaulo podem garantir que existe rede suficiente que absorva os impactos vindos da expansão imobiliária e comercial nessas áreas? Qual a resposta da CET e da Secretaria de Transportes diante desse quadro?
Não é de hoje que este espaço defende que as discussões sobre o desenvolvimento regional tenham como palco principal a sede da Sub Lapa. Já faz tempo que nos posicionamos a esse respeito, entendendo que o grande articulador e mediador dessas demandas é aquele que aceita o desafio de comandar a Sub Lapa. Um comando que deve ser exercido de forma absolutamente transparente e sempre aberto ao diálogo com todos os setores, inclusive com aquela parcela da imprensa, que como o JG, não abre mão de dois fundamentos básicos do jornalismo regional: a defesa dos interesses comunitários e a análise crítica do papel da gestão pública. O gestor local que convoca reuniões com um grupo restrito de moradores e mantém a imprensa crítica fora dos debates, privilegiando modelos de um certo jornalismo chapa-branca, lamentavelmente abre mão da transparência administrativa, impedindo, assim, que a comunidade, como um todo, participe dos debates.
Cabe perguntar: é esse o tipo de gestão que os candidatos a prefeito e as lideranças locais partidárias defendem para a região da Lapa?