Quadras poliesportivas deterioradas, mato alto na área do play-ground, sanitários com mau cheiro. Esse é o retrato do Clube da Cidade Edson Arantes do Nascimento, o Pelezão, principal equipamento público para a prática de atividades esportivas nos bairros da Lapa e Leopoldina. “O que ainda se salva aqui é a piscina, que nestas férias está bem conservada”, comenta Conceição Oliveira, moradora da Vila Leopoldina. “Trouxe minha neta para brincar no play-ground e fiquei decepcionada com o abandono da área. O que custa conservar o clube?”, reclama indignada.
Quem deveria responder a essa pergunta seria o coordenador do Pelezão, mas o cargo permanece em aberto desde o início da gestão do prefeito José Serra, em janeiro de 2005. Sem ter alguém que zele por seus equipamentos em tempo integral, o Pelezão segue como emblema de um mal resolvido embate político. Ao contrário do que aconteceu com os subprefeitos, que assumiram seus cargos como homens de confiança do prefeito, a nomeação dos coordenadores dos Clubes Municipais ainda foi feita na base da indicação de parlamentares. Esse tipo de situação, sujeita a barganhas aqui e acolá, se arrastou até o final de agosto do ano passado, quando Rubens Alves da Silva foi nomeado para assumir o Pelezão. Porém, sem nenhuma explicação oficial, Silva sequer chegou a assumir o cargo. As atividades do clube continuaram sob responsabilidade da Coordenadoria de Assistência e Desenvolvimento Social, da Subprefeitura Lapa
Em outubro, um decreto publicado no Diário Oficial surgia como espécie de luz nessa nada transparente situação. A partir de então, a responsabilidade direta pelos Clubes da Comunidade deixava da esfera da Secretaria Municipal de Esporte e passava para a Secretaria das Subprefeituras. Isso significava que os subprefeitos teriam autonomia para gerir esses espaços, abrindo caminho para a nomeação de coordenadores. Mas entraves e disputas políticas continuam impedindo que o Pelezão seja administrado por um funcionário contratado especificamente para essa função.
Sem um gerenciamento exclusivo, os equipamentos do clube se deterioram. As quadras de futebol de salão e basquete estão caindo aos pedaços. Em várias delas faltam traves e aros. As pequenas arquibancadas ilustram bem o descaso que tomou conta do Pelezão: estão cobertas de mato. Para tornar o cenário ainda mais desolador, uma grande árvore tombada sobre uma das quadras, aguardava pelo serviço de remoção. O resultado de tudo isso é um só: em pleno verão, com a garotada em férias, pouca gente circulava pelo clube em busca de lazer e diversão.
Até o fechamento desta edição, a fonte indicada pela Subprefeitura Lapa para falar sobre o assunto ainda não havia entrado em contato com a redação do Jornal da Gente.