“A Ceagesp não compactua nem se omite frente a tal situação”, afirma em nota o entreposto da Leopoldina. “Cabe informar que há muito tempo vem sendo coibida tal prática dentro do mercado, mas é notório que o efetivo de segurança contratada (empresa Capital) trabalha sob limitações legais e restrita a ações pertinentes à vigilância privada, sendo orientada para, a qualquer desvio de conduta registrá-lo em boletins internos e encaminhar os envolvidos à 91ª Delegacia de Polícia, para a devida apuração. A Companhia dispõe de cópias dos Boletins de Ocorrências, gerados a partir de flagrantes envolvendo menores, datados de 2004, 2005 e 2006. É inverídica a informação de que a Polícia Militar não tem autorização para atuar dentro da CEAGESP (empresa ligada ao Ministério da Agricultura), conforme declara Alaor José Gasparotto, da PM, ao Jornal da Globo. Vale destacar que a Central de Abastecimento contava com um posto da PM, em área intra-muros, o qual foi desativado em dezembro de 2004 por razões que a Companhia desconhece.
Ciente de que ocorrências de tal natureza estão relacionadas às dimensões do Entreposto (700 mil m²), ao intenso fluxo de pessoas e veículos, incluindo grande número de caminhoneiros e, ainda, à dificuldade de controle do acesso, a CEAGESP iniciou em meados de 2006 um projeto de reforma das portarias que está sendo implantado e deverá ficar pronto até o final deste ano. O projeto inclui centrais de identificação de visitantes, que restringirão de forma efetiva o acesso de pedestres.
Na segunda-feira, 3 de setembro, às 10h, estiveram reunidos com diretores e assessores da CEAGESP os Promotores de Justiça da Infância e Juventude Francismar Lamenza e Motauri Ciocchetti de Souza para discutir ações conjuntas de coerção da exploração sexual de crianças. Ficaram acordadas ações como a realização de uma campanha interna de conscientização, por meio de faixas, cartazes, panfletos e banners, bem como a realização de blitze em pontos e horários críticos já mapeados pela Seção de Segurança da Companhia. E, pela primeira vez, a Promotoria de Justiça da Infância e Juventude da Lapa solicitou à Companhia que, a qualquer atitude suspeita sejam colhidas informações (como nome, documento de identificação e endereço) dos menores envolvidos para que esta possa instar pais e/ou responsáveis a prestar esclarecimentos.
Estão em vigor desde esta quarta-feira, 5 de setembro, bloqueios nos principais portões do Entreposto para impedir a entrada de menores desacompanhados dos pais. Assim como vem sendo feito nos últimos anos, o corpo de segurança da empresa continuará encaminhando ao Distrito Policial mais próximo (91ª DP) os adultos e menores envolvidos em flagrantes ou suspeita de crime”.