Fiesp e Ciesp, braços do mesmo corpo

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Paulo Skaf

Nunca foi tão forte a organização social no Brasil. Por todos os lados do território, multiplicam-se entidades e representações de categorias profissionais, movimentos e grupamentos sociais. Esse é um aspecto que está a conferir à sociedade brasileira maior capacidade de mobilização e condições mais efetivas para agir junto aos Poderes constituídos, na esteira de uma escalada de avanços propiciados pela Constituição de 1988. Os tempos mais recentes até têm propiciado o fortalecimento dos setores organizados da sociedade. Basta conferir a estratégia do governo federal quando passou a expandir os núcleos de representação social, no caso a criação de conselhos para dar respaldo aos programas do Poder Executivo.
Os setores produtivos ali se fazem representar, levando sugestões, encaminhando propostas, manifestando posições, defendendo, enfim, seus posicionamentos. Ou seja, os canais de representação no país estão cada vez mais abertos e expostos à participação da sociedade organizada. Por isso mesmo, quem se afastar do centro das decisões nacionais, amargará duras conseqüências, sabendo-se, de antemão, que o jogo macroeconômico exigirá cada vez mais das empresas de todos os segmentos e de seus representantes, participação mais aguerrida, mais consciente e mais solidária no palco dos grandes debates.
Essa é uma das razões pelas quais defendo a posição de uma Fiesp com mais força no campo da articulação política, posicionamento que está a refletir, como se pode deduzir, uma tendência ditada pelas condições sócio-político-ambientais, não sendo, assim, decisão calcada em qualquer motivação pessoal. Se a indústria paulista precisa recuperar o seu poder de expressão e articulação junto às três esferas governativas, há de buscar em sua entidade a força para instrumentalizar aquela meta. Se a indústria paulista quer resgatar seu peso no conjunto das forças econômicas do país, há de ter uma entidade capaz de fazer ouvir, nos momentos de alta decisão, as manifestações de todos os segmentos industriais.
Uma Federação mais forte politicamente significa maiores êxitos e espaços abertos nas frentes institucionais de decisão em matéria econômica. Para implementar esse objetivo, estaremos levando para o seio de nossa Federação o conjunto de todas as cadeias produtivas do Estado de São Paulo. Como se sabe, áreas importantes não se fazem representar em nossa Casa, enquanto outras estabelecem articulação direta junto aos Poderes, demonstrando, assim, que não precisam da Fiesp para representar seus interesses. Inspira-nos a idéia de juntar todos, pequenos, médios e grandes, pertencentes a qualquer área, na Casa da Indústria, para que dessa efetiva integração possa surgir um ideário legítimo e condizente com as demandas gerais e específicas dos conjuntos industriais.
O outro braço do corpo industrial é o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, o Ciesp. Se a Fiesp age na vanguarda, o Ciesp trabalha na retaguarda. Significa dizer que o Ciesp arruma a casa, alarga as bases técnicas, operacionais e administrativas das empresas, usando seus instrumentos, políticas, projetos e ações, a partir do Sesi e do Senai, transformando-se em verdadeiro celeiro de capital humano. Os dois braços convergem nas estratégias e no ideário, integrando-se para fortalecer o mesmo corpo: a indústria paulista. Um não vive sem o outro. O segundo depende do primeiro. Essa é a razão pela qual os braços da indústria são indissociáveis, inseparáveis, não havendo nenhuma razão para se afastar suas estruturas.
Queremos fazer do Ciesp um organismo forte, capaz de dar respostas imediatas às demandas rotineiras das indústrias, principalmente dos elos pequenos e médios do corpo industrial. Conhecemos de perto a engrenagem burocrática que sufoca o dia-a-dia das empresas, as carências nas áreas do acesso ao crédito, dos tributos, da formação de quadros, da assistência jurídica. A preparação de um suporte adequado para amparar as empresas está no centro de nossas preocupações, razão pela qual as Delegacias do Ciesp em todas as regiões do Estado terão suas estruturas reforçadas, ampliadas e consolidadas.
Fiesp e Ciesp, irmanados na meta de fortalecer a indústria de São Paulo e com o foco na política de resultados, eis a inspiração maior de nossa candidatura. E a razão que nos leva a crer na nossa vitória!

Paulo Skaf, empresário, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) e do Sinditêxtil e da Confecção, é candidato à presidência da Fiesp/Ciesp

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