Seguindo o calendário de aniversário dos 413 anos da Lapa, o grupo de formação da Agenda 21 Rede da Lapa promoveu o ciclo sobre Coleta Seletiva de Lixo. O evento aconteceu na Unidade II do Colégio Santo Ivo na última quarta-feira. Primeiramente, as alunas do Ensino Fundamental do Colégio apresentaram uma peça sobre conscientização ecológica, mostrando a importância da separação do material reciclável para um mundo melhor.
Em seguida, houve uma apresentação de teatro de bonecos, iniciativa da Divisão de Educação e Divulgação do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Limpurb). Juntamente com as estudantes, os personagens Belinha, Pipoca, Ritinha e Josias, além de Ricardo Luís de Abreu, transmitiram uma mensagem ecológica para o público.
Juramento ambiental
“Não jogar lixo na rua, não jogar comida fora, economizar água e eletricidade. Eu quero o mundo melhor e um Planeta lindo. Viva a natureza”, juraram as crianças no palco, sendo muito aplaudidas.
O diretor do Colégio Santo Ivo, José Carlos de Barros Lima, descreveu uma breve pesquisa na internet sobre o assunto. Segundo ele, o Brasil já está reciclando 41% do papel, 44% do vidro, 87% da lata de alumínio, 75% do plástico e de 57% dos pneus produzidos. “Mesmo assim, há muito o que avançar”, disse.
A diretora da Divisão de Educação e Divulgação da Limpurb, Nina Orlow, explicou os Programas Recicla São Paulo, Feira Limpa e Coleta Seletiva, iniciativas da administração municipal, que pretendem melhorar o recolhimento dos resíduos, incentivar a reciclagem e aumentar a vida útil dos aterros na cidade.
Resíduos recicláveis
Ela também explicou que o coletor único de cor verde é destinado para resíduos recicláveis, em vez de dividir por materiais. “O motivo do coletor único é a dificuldade da população em dividir o lixo na sua casa para depositar nos contêineres”, disse Nina. Os caminhões de cor verde e branca, garantiu, recolhem os coletores regularmente.
Wilson Pereira, da CooperAção, cooperativa de recicladores instalada na Central de Triagem da Usina de Compostagem de Vila Leopoldina, falou sobre o trabalho de antigos desempregados e muitos ex-alcoólatras que encontraram um rumo na vida. Também explicou que a reciclagem gera renda e inclusão social. “Em média, um cooperado recebe R$ 250,00, além de almoço e condução. Conseguimos eliminar atravessadores”, disse Pereira.
Com 43 membros de sete cooperativas, a CooperAção consegue dar conta de uma região que abrange Lapa, Pinheiros, Butantã, Pirituba e Perus. O palestrante reclama, porém, ainda da falta de uma Política Nacional de Reciclagem que obrigue as empresas de recolherem o que produzem. Desta forma, haveria a condição de estabelecer preço e garantir mercado de trabalho para muito mais excluídos.