RENATA DE GRANDE
“Vamos fazer um ato de protesto no terreno onde estão querendo construir a Febem”. Essa foi a conclusão final da reunião promovida pelo Movimento Popular da Vila Leopoldina, que reuniu na segunda-feira, 28 de novembro, aproximadamente 100 moradores da região, no salão da Igreja Nossa Senhora de Fátima. No encontro foram discutidas as estratégias para tentar impedir a chegada da Febem no bairro, num terreno na Marginal Pinheiros, próximo ao Cadeião.
Segundo Gláucia Mendonça Prata, presidenta do Movimento, a ausência de entidades na reunião demonstra claramente que as mesmas não estão muito preocupadas com as conseqüências de ter uma unidade de 152 menores na Leopoldina. “Vamos buscar outros recursos no Ministério Público. Continuaremos lutando, mesmo sem o apoio de nenhuma entidade representativa da região.Vamos reunir o maior número de moradores para tentar impedir a efetivação desse projeto. Criar um depósito de crianças, com um agravante, vizinho de parede com o Complexo Penitenciário de Pinheiros “o Cadeião”, é inaceitável. O acesso para as famílias visitar os internos é precário. Trata-se de um enorme desrespeito”, protesta a presidenta do Movimento.
Participaram da reunião o presidente da Subcomissão dos Direitos Humanos das Crianças e Adolescentes, da Câmara Municipal de São Paulo, o vereador José Police Neto, José Adaucto Durigan, do Instituto de Análise do Desenvolvimento Econômico e Social (Iades), e o presidente do Conseg da Vila Leopoldina, Ulisses Crepaldi.
Na sexta-feira, 2 de dezembro, Gláucia Prata participou de reunião com a presidenta da Febem, Berenice Giannella. Durante o encontro que reuniu também entidades do bairro de Itaquera que receberá uma unidade da instituição, a presidenta da Febem afirmou que a licitação para a construção já foi feita, inclusive com a construtora que irá executar a obra. “Só o Governador Alckmin poderá rever essa situação. Quando entrei para a instituição esse projeto já estava em andamento”, esclareceu Berenice Giannella.
De acordo com Gláucia Prata, que esteve na última quarta-feira, no Fórum João Mendes, na Promotoria da Infância e Juventude para entregar a promotora Camila Moura Carvalho, um pedido de abertura de inquérito investigatório da legalidade das unidades da capital que não estão atendendo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) que prevê 40 internos por unidade, feita pelo procurador geral da Justiça de São Paulo, Rodrigo César Rebello Pinho.
O resultado de toda essa “peregrinação” é que ganhou mais força. A manifestação foi marcada para o dia 17 de dezembro, sábado, a partir das 10h, no terreno localizado ao lado do Cadeião. Mais informações com Gláucia Mendonça Prata pelo telefone 3834-2232.