A ecologia urbana é importante para melhorar esteticamente o bairro como também conseguir sensibilizar jovens sem perspectiva. Funcionando há um pouco mais de um ano, o Centro de Educação Ambiental, da Associação Nossa Turma, promove um trabalho com 30 adolescentes, que vivem no Cingapura Madeirite. Localizado na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp), a iniciativa já transformou vidas sem futuro em homens e mulheres conscientes do seu papel na cidadania.
A boa novidade do Centro de Educação Ambiental será o pagamento de uma bolsa de R$ 40,00 e mais uma cesta básica para cinco jovens que mais se destacaram nos cursos de horticultura, jardinagem e paisagismo oferecidos gratuitamente, em virtude também do enorme empenho da Associação Nova Leopoldina que, juntamente com a Cooperativa de Trabalhadores na Ceagesp (Cotradasp), via-biliza o projeto.
Depois de ganharem este incentivo para se aplicarem na jardinagem, os cinco jovens ainda farão uma espécie de estágio na Cobasi, uma das empresas que integram a Associação Nova Leopoldina. Segundo os professores de Educação Ambiental, Marcos Victorino e Daniel Rinaldi, o objetivo principal é transformar esses alunos em agentes multiplicadores de conhecimento ambiental para orientarem os destinos da comunidade do Cingapura Madeirite, que não tiveram nenhuma preparação para mudarem seus hábitos, enraizados durante muito tempo no ambiente de favela em que viviam. Em vez da degradação dos jardins nos blocos do Conjunto Habitacional, agora haverá uma mudança de percepção de que o Cingapura pertence aos moradores e não ao poder público municipal.
A Nossa Turma ainda conta no total com 501 alunos, entre crianças e adolescentes, que precisam de orientação. No local, ensinam-se Arte Educação, Escolinha de Futebol, além de Educação Ambiental. O custo do projeto é baixo R$ 15 mil mensais, rateados entre grandes empresas Bradesco, Ceagesp, Caoa, Cobasi e Votorantim, que formam a Associação Nova Leopoldina.
Na segunda quinzena, a Nossa Turma vai abrir mais 30 vagas para inscrever novos jovens que necessitam de educação e orientação profissional. Também busca parcerias com outras organizações não-governamentais para viabilizar novos projetos com a comunidade local. Como toda associação sem fins lucrativos, a Nossa Turma precisa também de patrocinadores, conscientes de sua responsabilidade social e função cidadã para lidar com a crescente demanda social. Espero que o leitor aprecie a reportagem e visite a iniciativa, digna de exemplo para outros projetos educacionais.