Índices na Leopoldina não caem

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A Secretaria de Segurança Pública divulgou índices consolidados sobre a criminalidade ao longo de 2005. Na Zona Oeste, seguindo o que ocorreu no restante da capital, crimes como homicídios recuaram, exceção feita à região da CEAGESP. Nessa área da Vila Leopoldina foram registradas, no ano passado, 17 ocorrências desse tipo, exatamente o mesmo número de 2004.
Na reunião plenária do Conselho de Segurança do bairro (Conseg), realizada no Colégio Santo Ivo, no dia 31, representantes das policiais Civil e Militar comentaram essa situação. Para as duas corporações, o quadro no entorno do CEAGESP é complexo, pois pelo entreposto passam, diariamente, milhares de caminhões dia vindos de todas as partes do país. Na visão de delegado titular do 91º Distrito, Sérgio José da Silva, ações que determinem a queda de homicídios nessa área vão muito além da esfera policial. “Os 30 mil caminhões que chegam todos os dias à CEAGESP trazem pessoas das mais diferentes formações, familiares, morais, educacionais. Não se resolve uma situação dessas com balas e cacetetes. É preciso se falar em educação e em assistencialismo sério, algo capaz de recuperar o homem, dando-lhe formação”, afirmou Silva.
Para o tenente Jamil Lourenço da Silva, que responde interinamente pelo comando da 2ª Companhia do 4º Batalhão de Polícia Militar, esse lado social apontado pelo delegado do 91º tem mesmo de ser levado em conta tanto pelas forças policiais quanto pela sociedade como um todo. Segundo ele, ao lidar com o homicídio, o profissional da PM tem de ter uma visão sociológica do problema. “Se um senhor que já poderia estar aposentado foi morto num ponto de ônibus, ao voltar do trabalho depois da 11 da noite, várias perguntas devem ser feitas: por que ele teve de continuar trabalhando? Será que ele teve de esperar por um ônibus que demorava para passar? Se usaram uma arma de fogo, como é que ela foi parar na mão criminoso menor? Por que esse menor caiu na marginalidade?”, exemplifica o policial, ao ressaltar as dificuldades que se impõem ao trabalho da polícia.
Essas e outras questões poderão ser novamente debatidas na próxima reunião do Conseg, no dia 21 de fevereiro, na Unidade II, do Colégio Santo Ivo, às 20h.

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