JOSÉ DE OLIVEIRA JR. REPÓRTER
O Plano Diretor ainda não é um consenso entre a comunidade e a Prefeitura, causando descontentamento entre os moradores de Zonas Estritamente Residenciais (ZER). Nessa edição, o leitor terá a informação de como foi o clima do debate na Audiência Pública da Câmara Municipal no dia 8 de junho, e também vai compreender os conflitos de interesse, expostas na plenária de debate da área da Subprefeitura da Lapa.
Entidades estão argumentando que o adensamento em áreas de urbanização consolidada deveria ser rejeitado pois traria risco à qualidade de vida. Outros acharam o plano confuso. Moradores de diversos bairros ainda consideraram que o projeto geral para a cidade entra em contradição com os planos regionais. O diretor de Planejamento Urbano da Sempla, Ivan Maglio, defendeu o processo, respondendo que as idéias centrais do projeto respeitou todos encontros regionais e levou em consideração os conflitos de interesse localizados.
A Associação dos Amigos e Moradores pela Defesa do Alto da Lapa e Bela Aliança (Assampalba) reclamou da criação da via coletora de trânsito nas ruas Saldanha da Gama, Mercedes, Tomé de Souza e a Rua dos Aliados. A medida permite o aumento do limite de velocidade. Para a associação, essas ruas deveriam voltar a ser uma via local para manter a qualidade de vida na City Lapa, um bairro em processo de tombamento pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arquitetônico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat). Os moradores das ZERs temem que essas vias coletoras se transformem em corredores comerciais de intenso tráfego.
O arquiteto Cândido Malta disse que havia proposto uma área de transição entre as ZERs e as Zonas Mistas. Para ele, o aumento do trânsito vai acabar com as áreas residenciais “pelas bordas”. A assessora da Secretaria Municipal de Transporte, Marise Viana, disse que as vias coletoras não precisam respeitar o zoneamento porque são importantes para o sistema integrado de transporte e trânsito de toda a cidade.
O Plano Diretor já foi aprovado em primeira votação. Os vereadores se comprometeram a considerar a incorporação de propostas dos moradores na segunda votação. Também haverá uma revisão de todo o Plano Diretor em 2006. Num ano eleitoral, ainda há esperança?
