Numa tarefa que consistiu em fazer uma releitura do Censo de 2000 do IBGE, tendo como recorte subprefeituras e bairros da Capital, a Secretaria Municipal do Trabalho, organizou o Atlas do Trabalho e Desenvolvimento da Cidade de São Paulo. “Trata-se de um software que divide o município em 454 microrregiões e faz uma classificação de acordo com mais de 200 indicadores de desenvolvimento, considerando as áreas de educação, saúde, renda e trabalho. O objetivo é facilitar o planejamento de ações públicas ou privadas”, explica o coordenador do projeto Juarez Nunes Mota.
Uma detalhada análise do Atlas mostra importantes aspectos do quadro social nos bairros da região. Enquanto, por exemplo, a renda per capita média na região do Alto da Lapa salta de R$ 895 (1991) R$ 1.646 (2000), em áreas como Vila Jaguara cresce significativamente a porcentagem de crianças em famílias com renda inferior a meio salário mínimo: 5,8% (1991) contra 12% (2000). O mesmo acontece quando se compara Lapa e Jaguaré. No primeiro distrito a renda per capita, que em 1991 era de R$ 951, subiu para R$ 1382 nove anos mais tarde. No Jaguaré, no entanto, a renda per capita, nesse mesmo período, tem pequena oscilação em patamar bem menor: R$ 363 contra R$ 384. Além disso, cresce na região o percentual de mulheres entre 15 e 17 anos com filhos: 2,5% (1991) e 5,8% (2000).
O Atlas mostra que a população da Subprefeitura da Lapa é aquela que apresenta maior índice de envelhecimento. Enquanto no município esse índice foi de 41,6%, na Sub Lapa ele chegou a 108%. Entre 1991 e 2005 o processo de envelhecimento se consolidou com o estreitamento da pirâmide etária, ou seja diminuição dos grupos etários até 14 anos e ampliação do contingente de pessoas com 60 anos ou mais. “os efeitos desse fenômeno incidem sobre diversas dimensões do desenvolvimento e do funcionamento da sociedade, compelindo o poder público a enfrentar o impacto do envelhecimento”afirma o coordenador Juarez Mota.