JOSÉ DE OLIVEIRA JR. REPÓRTER
Durante a Assembléia Geral do Conselho das Associações Amigos de Bairro da Região da Lapa (Consabs), a presidenta do Movimento Popular de Vila Leopoldina, Gláucia Mendonça Prata, homenageou o promotor do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Geraldo Rangel França Neto, que lutou pelo fechamento da Usina de Compostagem de Lixo de Vila Leopoldina.
Além do promotor Rangel, Gláucia agradeceu a ajuda do presidente do Consabs, José Benedito Morelli, o Boneli, a Associação dos Amigos e Moradores pela Preservação dos Bairros do Alto da Lapa e Bela Aliança (Assampalba), nas pessoas de Luiza Nagib Eluf e Roberto Rolnik Cardoso. A presidenta também chamou a atenção para a dedicação do Movimento Defenda São Paulo, a Comissão de Saúde da Câmara Municipal de São Paulo e os técnicos da Cetesb. Rubens Henrique de Oliveira, José Carlos de Barros Lima, Luiz Nakaharada, o governador Geraldo Alckmin e o secretário de Estado do Meio Ambiente, José Goldenberg também foram lembrados pela líder comunitária.
Desde 1992, Gláucia recolheu 10 mil assinaturas para conseguir a desativação definitiva da usina. Seu trabalho foi aclamado pelos 200 presentes ao auditório da Unidade 2 do Colégio Santo Ivo. “Não desistam da luta, principalmente se o objetivo for comunitário. Temos direito de exigir providências do poder público, que não pode fazer o que bem entende”, ensina Gláucia.
O promotor do Ministério Público do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Geraldo Rangel, disse que para o local onde funcionava a usina receber um parque é preciso ainda avaliar o nível de contaminação do solo. Mesmo ainda sem um estudo técnico da Secretaria do Verde e Meio Ambiente, Rangel adiantou que, pela sua experiência, a área é viável para a criação do parque Villas Bôas. “Também acredito que a área adjacente da Sabesp seja incorporada para a instalação do novo parque porque Vila Leopoldina precisa de mais áreas verdes”, afirma o promotor, lembrando que o prefeito José Serra prometeu investir em mais parques na cidade. Rangel está dialogando com os secretários municipais para lutar pelo parque.
A procuradora de Justiça, Luiza Nagib Eluf, falou sobre a alegria de comemorar a desativação da usina, depois de 30 anos de poluição, risco à saúde e ação de roedores e insetos. “Aqui nesta reunião do Consabs devemos estabelecer um marco do fechamento da usina na memória de cada morador do bairro”, disse Luiza, agradecendo à Gláucia que conseguiu unir a população para encampar esta luta.
Luiza lembrou que a Razo – uma fabricante de farinha de osso de animais, teve de diminuir o mau cheiro produzido pela sua indústrias, após sete anos de luta da comunidade – é outro episódio que mostra que vale a pena a população se unir contra os desmandos do poder público. “Nossa democracia é recente. Faz-se necessário que os moradores se organizem até a vitória da comunidade”, concluiu.
