Os integrantes da Comissão de Saúde da Câmara dos Vereadores viram de perto o que os moradores sofrem há 29 anos com a Usina de Compostagem de Vila Leopoldina. Juntamente com técnicos da Empresa de Limpeza Urbana (Limpurb) e de funcionários do local, os vereadores observaram cada passo de transformação do material orgânico e também puderam verificar a movimentação dos caminhões, que levam o lixo inerte – proveniente da construção civil – para o transbordo, localizado na parte de trás da usina.
“Sem um relatório técnico apurado e embasado cientificamente, não posso ainda fazer uma declaração oficial sobre este problema. Mas tenho convicção de que aqui não é lugar adequado para abrigar uma indústria de processamento de lixo”, disse o presidente da Comissão de Saúde da CMSP, Gilberto Natalini. Ele adiantou que, depois desta visita, existem cinco questões que deverão ser discutidas.
Uma preocupação ambiental da Comissão é o chorume que escorre pelo bueiro e contamina o subsolo e os córregos subterrâneos. As condições de saúde dos 150 trabalhadores precisam de um parecer técnico, que será solicitado.
A poeira atmosférica vinda do lixo inerte do transbordo, garante Natalini, será analisada por instituições idôneas. “A qualidade da mistura utilizada na compostagem orgânica, a princípio, é questionável. Vi muitos sacos de plástico passando pelo processamento. Constatamos que existe muita impureza”, lamentou.
O mau cheiro gerado pela usina incomoda os moradores ao redor do bairro, principalmente em dias quentes. Será outro assunto de reunião a ser marcada ainda este ano, antes do término do mandato da Comissão de Saúde. “A empresa Vega disse que vai amenizar a situação do odor, através de inibidores a serem instalados até o dia 30 de outubro. Não podemos saber ainda se o novo sistema dará certo”, destaca Natalini, acompanhado em coro com o vice-presidente da Comissão, Celso Cardoso.
Os dois reiteraram que a usina era importante em 1974, mas, com o povoamento do bairro, a indústria de compostagem se tornou um maior custo aos moradores do que benefício para a cidade. “O ideal é que se feche a usina o mais rápido possível”, declararam. Natalini se comprometeu a ouvir a comunidade.
Geraldo Rangel de França Neto, promotor de Justiça do Meio ambiente, concederá uma entrevista a Rádio Eldorado (AM 700/FM 92,9) na próxima segunda-feira, às 8h, juntamente com os membros do Movimento Popular para Retirada Definitiva da Usina de Compostagem de Vila Leopoldina.