Neste último editorial de 2007 – o JG não circulará no dia 29 –, propomos um olhar para nossa administração regional. O fato é que, em 2008, vamos ter de trabalhar com uma realidade que passa a nos incomodar: hoje sabemos que não basta um subprefeito com raízes regionais para sermos atendidos numa antiga e justa reivindicação: a gestão participativa.
O que vimos nos últimos quatro meses de uma nova gestão na Sub Lapa foi pífio. Não precisaríamos de um administrador “nato” para que nos fossem garantidos serviços de zeladoria: limpeza de praças, podas de árvores etc. Qualquer “forasteiro”, dotado de capacidade administrativa, faria o mesmo. Francamente falando, tais ações não espelham o tão declarado “amor por este pedaço de chão”. Mesmo para um administrador vindo de fora, que não traga “a região da Lapa no coração”, não seria difícil garantir o mínimo retorno ao impostos que pagamos.
De uma subprefeita “nata” esperávamos muito mais: visão de planejamento urbano, apresentação de metas estabelecendo diretrizes para as áreas da Cultura, Assistência Social, Esportes, Infra-Estrutura. Como entender e aceitar uma subprefeita que às vésperas do Natal faz cumprir a lei e expulsa da praça do Marco da Paz moradores de rua que dormiam próximos à manjedoura do Menino Jesus da Lapa? Se a questão é o cumprimento da lei, o que dizer de uma subprefeita que deseja construir uma praça em terreno localizado em perímetro de Zona Especial de Interesse Social (ZEIS)? Que Império da Lei é este na Lapa onde a panfletagem ainda corre solta nas ruas? Qual a política cultural que a gestora “nata” idealizou para a região? Cadê a grande festa comunitária que ela prometeu que faria, ainda este ano, no Pelezão? Onde está a gestão participativa?
Tivemos um presidente da República que falou: “Esqueçam o que escrevi”. A subprefeita “nata”, que com ele trabalhou, parece ter grande admiração pelo ex-chefe. Falta-lhe apenas explicitar: “Esqueçam tudo o que eu disse antes de chegar à Guaicurus ”.
Mas, em tempo de Natal, que universalmente, para cristãos e não cristãos, enseja o sonho de um mundo mais humano, fica aqui um desafio: que em 2008, renovando nossas ações, aprofundando nosso espírito comunitário, possamos lutar pelos bairros da gente, independentemente do gestor de plantão. Em nome de toda equipe do JG e da Página Editorial (diretores e funcionários) a todos vocês, fiéis ou novos leitores, Boas Festas.