JOSÉ DE OLIVEIRA JR. REPÓRTER
Na última reunião no Conselho Comunitário de Segurança de Vila Leopoldina, os moradores reclamaram da falta de policiamento na Vila Anastácio e Vila Leopoldina. Segundo a comunidade dos dois bairros, os crimes têm ocorrido com freqüência, embora os índices da polícia apontem o contrário. Esta realidade acontece porque as pessoas não registram o Boletim de Ocorrência no 91º Distrito Policial (Ceasa).
O leitor deve prestar muita atenção a este detalhe. Sem o registro do crime na delegacia, significa para as autoridades que o fato não ocorreu. Os policiais não podem adivinhar que determinado local está sendo utilizado como reduto de marginais se não constar no B.O.
Na Vila Anastácio, por exemplo, os moradores querem um maior policiamento no início do madrugada, principalmente perto dos estabelecimentos comerciais. A comunidade também reclama dos constantes abusos dos caminhões. Mas ninguém registra o crime no 91º DP.
Uma solução possível é a proposta do tenente Amarildo Rosa Garcia, capitão da 2ª Companhia do 4º Batalhão da Polícia Militar Metropolitano (2ªCia/4ºBPM/M). Ele respondeu que as 23 ruas do bairro estão sendo patrulhadas, mas pediu à comunidade que se reunisse para discutir, conjuntamente, formas de combate à violência. Policiamento adequado precisa ter apoio da comunidade local
Na Rua Xavier Kraus, em Vila Leopoldina, os moradores têm o mesmo problema, só que durante o dia. Um bando está arrombando as casas da rua e levando as mercadorias enquanto as pessoas estão trabalhando. Os criminosos agem principalmente entre 12 e 14h. Também é necessário que a comunidade local entre em contato com as autoridades para buscar resoluções. Cada caso de crime é um caso de polícia e comunidade.
O novo coronel do Comando de Patrulhamento da Capital na Região Oeste (CPA-M5), Isidoro Suita Martinez, também quer colocar em prática uma experiência trazida na Zona Sul. No cargo há 90 dias, Suita é responsável por três batalhões na Região Oeste e pretende implantar uma maior integração entre as polícias civil, militar, a Guarda Civil Metropolitana e a comunidade. Já houve, segundo ele, uma redução na criminalidade da ordem de 20%.
Suita disse que o trabalho social e iniciativas como a Caravana da Cidadania na Favela Paraisópolis, com serviços para os moradores carentes, com a emissão de documentos, doação de alimentos, cabeleireiro e até a pretensão de se cultivar uma horta comunitária, entre outros programas não são prerrogativas principais da polícia, mas é uma tentativa de prevenir a criminalidade.