JOSÉ DE OLIVEIRA JR. REPÓRTER
Na última reunião do Conselho de Segurança Comunitária do bairro da Lapa (Conseg-Lapa), houve muitas manifestações contrárias à passagem de nível, que liga a Rua John Harrison com a William Speers. Este trecho subterrâneo registra índices preocupantes de violência, com assaltos, furtos e ameaças de todo o tipo. Os ambulantes, instalados irregularmente no túnel, dificultam o trabalho da polícia porque impedem a livre circulação diária de aproximadamente 100 mil pessoas.
O morador Sergio Ceccarelli reclamou que em 24 de fevereiro de 2001 seu filho, Fábio, foi espancado por ladrões na passagem de nível. De lá para cá, segundo a percepção de todos, nada mudou no local de difícil visibilidade e escapatória para o pedestre. O Conselho de Segurança da Lapa foi o canal para uma reivindicação da comunidade, que, infelizmente, acabou caindo no vazio do tempo.
No entanto, surgiu uma luz no final da passagem de nível. Uma ação coordenada pela Polícia Militar conseguiu liberar em poucos minutos o trânsito de pessoas na passagem de nível. Depois desta feliz experiência, houve uma inédita reunião entre as forças, que podem organizar o espaço, com o objetivo de melhorar o fluxo do transeunte e diminuir sensivelmente a criminalidade no local.
Estiveram reunidos membros da Polícia Militar, do Conseg-Lapa, da Companhia Paulista dos Trens Metropolitanos (CPTM), da Guarda Civil Metropolitana e da Subprefeitura da Lapa. Eles se comprometeram a realizar uma ação efetiva no túnel, com o objetivo de deixar livre a passagem de pedestres.
Existe ainda uma pendência no horário das 23 às 6h. Segundo a PM, se faz necessária a presença de pelo menos dois Guardas Civis Metropolitanos para patrulharem a passagem neste período. Durante a madrugada, segundo a polícia, são registrados altos índices de violência.
Se uma das partes envolvidas com a inibição da criminalidade não conseguir cumprir o seu papel, os marreteiros irregulares retornam à passagem de nível, o problema também volta à cena e a reclamação justa dos lapeanos sofrerão a violência do descaso das autoridades competentes. A comunidade espera, porém, que haja o comprometimento de todas as instâncias para a resolução do problema, que aflige em cheio a população. Esperamos o bom entendimento.