Na Plenária Participativa promovida pela Subprefeitura da Lapa, no sábado passado, na Associação Paulista de Supermercados (APAS), pode-se afirmar que houve representatividade. Embora a organização do evento tenha dado oportunidade apenas para entidades formalizadas, as manifestações foram amplas e diversificadas, e o encontro, previsto para ser debatido em duas horas, se estendeu por mais de quatro, por conta das reivindicações feitas pelas entidades vindas dos seis distritos da Lapa, que se basearam principalmente na paralisia da administração municipal. Em seis meses de gestão, não houve sequer um plano de ação eficiente, que pudesse suprir as necessidades básicas da região, como por exemplos as inúmeras solicitações de podas de árvores, as pichações que emporcalham o bairro, o estado lastimável de conservação das praças, entre outras. A maior parte do público presente na plenária pleiteou uma atitude mais determinada por parte da Subprefeitura, com resultados concretos a curto prazo. As questões apontadas pelas entidades sempre esbarram na excessiva burocratização da máquina, na “desculpa” da falta de recursos, onde sempre quem entra insiste em jogar os “problemas” para a gestão passada. Cansados desse discurso letárgico, a comunidade organizada aponta as soluções para a maioria dos problemas. Mas a proposta de parceria com a população e com o setor privado, tão amplamente propagada pelo governo municipal, utilizada como propaganda eleitoral, ainda não produziu fatos concretos.
Por outro lado, a plenária distrital da Lapa, realizada na última sexta-feira, dia 10, no Tendal da Lapa, para a escolha dos dois representantes do distrito, contou com a presença de apenas cinco representantes de entidades da região. Essas duas entidades escolhidas irão representar a Lapa na Plenária Municipal, no dia 25 de junho, no auditório do Shopping Frei Caneca.
Fica aqui algumas dúvidas. Onde estavam todas as outras entidades que sempre se apresentam como legítimas representantes da comunidade? Houve uma “simples” falha de comunicação? Ou apenas mais uma manobra política? Ou as lideranças locais estão definitivamente desiludidas com as políticas públicas e seus representantes?
Assumir de fato o papel de cidadão é uma tarefa árdua e requer muito boa vontade, paciência e perseverança. E acima de tudo, esperança.