Neste sábado, 11 de outubro, é o Dia do Deficiente Físico. Data ideal para reflexão sobre as condições sociais dos deficientes na Cidade. Segundo levantamento feito por Subprefeitura em 2004, a região da Lapa tem cerca de 59 mil pessoas com algum tipo de deficiência (física, motora, mental, auditiva ou visual), sendo que 3119 com deficiência física e 14978 motora.
Nos últimos anos, foram criados órgãos voltados a políticas públicas, mas ainda existe muito a ser feito para o segmento. Entre as melhorias implantadas no centro comercial do bairro estão as calçadas com rampas de acessibilidade, projeto da vereadora Mara Gabrilli, ex-secretaria municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, que ficou tetraplégica após um acidente automobilístico.
Mobilidade
O avanço tecnológico também é aplicado ao mercado de deficientes. Segundo a diretora Comercial da Cavenaghi, Mônica Cavenaghi, a empresa localizada na Avenida Jaguaré (1046), é especializada em adaptação veicular. “Existem três linhas para veículos: direção, transporte e autonomia. A linha direção é indicada para pessoas com habilitação, que tenham até três membros parcialmente afetados ou dois totalmente afetados. A linha transporte é para não habilitadas como terceira idade, crianças ou pessoas com patologias mais graves, passageiros. Já a linha autonomia é voltada sobretudo ao passageiro, e em alguns casos ao motorista com deficiência. São bancos giratórios que proporcionam uma maior facilidade no embarque e desembarque da pessoa com deficiência. São bancos que giram, hora são da cadeira de rodas, hora do automóvel. No momento em que a pessoa sai do carro, ele se desloca para um chassi de cadeira de rodas”, explica a diretora.
O morador de Perdizes e escritor Marcelo Rubens Paiva conta que o veículo adaptado lhe dá independência. Paiva ficou tetraplégico em 1979, em um acidente onde fraturou a quinta vértebra cervical (do pescoço). A história ele registrou no livro Feliz Ano Velho, publicado em 1983. “O problema do deficiente é sempre depender de outra pessoa ou do transporte. Com o veículo adaptado eu posso sair sozinho, estudar a noite e fazer o que eu quiser. Como eu morei nos Estados Unidos conheci a tecnologia lá e trouxe o aparelho. Já tenho uma Van adaptada com uns 15 anos. Hoje, a Cavenaghi representa o mesmo equipamento e como comprei um carro novo, em vez de fazer adaptação nos Estados Unidos estou fazendo aqui na Cavenaghi”.
A Cavenaghi fica na Avenida Jaguaré, 1046. Telefone 3719-3739.