Pancadas de chuva e ventania causaram
problemas em vários bairros da região na tarde e noite da
quarta-feira,14. Alagamentos foram verificados em pontos como as
avenidas Pompéia e Marquês de São Vicente. No início da madrugada da
quinta-feira, 15, o cruzamento das avenidas Pompéia e Francisco
Matarazzo ainda permanecia totalmente intransitável.
Muitos galhos e até mesmo árvores inteiras tombaram interrompendo o
fluxo de veículos e pedestres em ruas e avenidas que também
apresentaram problemas de queda de energia elétrica. Na Avenida
Pompéia, uma gigantesca árvore do canteiro central próximo à Rua
Coronel Melo) caiu por completo atravessando toda a pista (sentido
Heitor Penteado). No Jaguaré, Alto da Lapa e na Vila Hamburguesa,
grandes galhos desprenderam-se ou ficaram suspensos.
As cenas verificadas não são novidade. Sem que a Prefeitura estabeleça
planos detalhados de ação para minimizar os riscos de acidentes, a
queda de árvores parece fato comum em tempo de chuvas fortes.
Em 2004, relatório entregue pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas da
USP (IPT) à então prefeita Marta Suplicy mostrava um diagnóstico
preocupante da saúde das árvores da cidade. Os estudos do IPT levaram
em conta a análise de mais de sete mil exemplares arbóreos em sete
bolsões verdes da capital, entre eles o Alto da Lapa e Pacaembu-Samuré.
Entre todos os bolsões pesquisados, os dois da Região Oeste
apresentavam índices elevados de árvores contaminadas por cupim. Tanto
o Alto da Lapa quanto Pacaembu-Sumaré aparecem na pesquisa como sendo
áreas onde 30% das árvores pesquisadas tinham risco médio ou grande de
queda.
Os técnicos da USP recomendavam a adoção de medidas preventivas e
curativas para as árvores da cidade e salientavam que a questão dos
cupins subterrâneos deveria “ser discutida no âmbito das políticas
públicas em caráter de urgência”. No âmbito regional, a última notícia
oficial sobre avaliação de árvores condenadas data de novembro de 2007,
quando foram cortadas 32 espécies na Lapa.
A queda de árvores reacende a discussão sobre o tombamento do City
Lapa, em estudo pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico
(Conpresp). Grupos contrários à proposta de tombar o bairro argumentam
que, num bairro tombado, a remoção de árvores condenadas torna-se mais
burocrática, pois o pedido precisa ser aprovado pelo Conpresp.