Construtora bloqueia casa

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Ana não resistiu à pressão e vendeu a casa para Construtora Paulo Mauro

Uma casa amarela com varanda e flores na
janela vai sumir da paisagem da Rua Camilo (371) com Vespasiano, em dez
meses. Ilhada entre os entulhos de imóveis demolidos e bate-estacas de
uma construtora, a socióloga Ana de Cerqueira Cesar Corbisier resistiu
até onde pôde, mas com a casa fragilizada pelas demolições vizinhas
acabou assinando a venda do imóvel, no dia 8 de outubro, depois de
receber uma proposta irrecusável do dono da Construtora, Paulo Mauro.
Acostumados a seduzir proprietários das casas térreas (que restam na
região) com ofertas tentadoras, empresários do setor da construção
civil fazem propostas como a recebida por Ana, na tentativa de levantar
novos empreendimentos na região.
Segundo a moradora, a pressão foi grande. “Quando demoliram uma das
casas vizinhas entrei na justiça por que minha casa ficou fragilizada.
O juiz embargou um imóvel vizinho (que também foi vendida) para segurar
a minha. Agora eles estão batendo estaca. Imagine quando estiver mais
perto da minha casa. O próprio Paulo Mauro veio aqui e perguntou quanto
eu queria para vender. Chutei lá em cima por que não queria vender, mas
a Construtora chegou lá (no valor que pedi). Eles pagaram quase o dobro
do que o valor da casa. Não tive saída. Mas não quero sair do bairro,
já estou comprando outra casa aqui perto”, conta a moradora. “Tenho
sete meses prorrogáveis por mais três meses para sair da casa”, revela
Ana.

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