Ajustes na gestão

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Semanas atrás, analisávamos os avanços
administrativos no âmbito da Subprefeitura da Lapa, colocando em foco,
positivamente, o amadurecimento, enquanto gestora pública, da
subprefeita Soninha Francine que neste momento desponta como hábil
articuladora da grande política. O resultado, a ser comemorado, tem
sido a concretização de uma série de acordos com os governos estadual
(Serra) e municipal (Kassab), garantindo equipamentos e serviços
importantes para a região.
No entanto, quem acompanha a dinâmica de Soninha em eventos públicos,
ou no contato com lideranças comunitárias, ou ainda em reuniões de
instâncias participativas, nota a existência de certos nós que impedem
a subprefeita de atuar com maior segurança e desenvoltura em tais
ambientes. Um desses entraves é a falta de quadros mais maduros de
assessores diretos – aqueles que gravitam na órbita do gabinete
principal da Guaicurus,1000. Outro fator que atrapalha a movimentação
de Soninha no campo comunitário é a inexistência de uma chefia de
gabinete com funções de articulação de uma sólida e imprescindível
política regional.
Ao assumir a gestão da Lapa em janeiro, Soninha, com o amparo de seu
partido (PPS), tomou o cuidado de colocar em postos-chaves da
administração regional (Finanças, Obras, Emissão de Alvarás) gente com
larga experiência profissional. Porém, optou por formar um time de
jovens assessores diretos que, embora voluntariosos e bem
intencionados, pecam pela inexperiência administrativa. O reflexo disso
é uma subprefeita muitas vezes colocada em situações públicas
inesperadas que a deixam em verdadeiras saias-justas, desnecessárias e
desgastantes.
Como não pode contar, por força de acordo político, com um chefe de
gabinete que se faça presente no intricado jogo de xadrez comunitário,
Soninha se expõe ao risco de movimentar equivocadamente as peças num
tabuleiro regional que, por tradição, é astuto, exigente e
reivindicativo.
Se mantiver o firme propósito de sair candidata à sucessão de José
Serra no Palácio dos Bandeirantes, Soninha ainda terá pela frente seis
meses no comando da Sub Lapa. Caso queira solidificar de vez sua
gestão, esse é o momento de fazer ajustes finos, optando por trazer
para perto de si assessores mais experientes e reformular o perfil da
chefia de gabinete, devolvendo-lhe a função da articulador político
regional. O fato é que o xadrez lapeano requer mais do que raciocínio
apurado. Ele exige jogadas de mestre, pois engole facilmente quem
vacila no tempo e no espaço.

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