No curtíssimo prazo, a questão dos
moradores em situação de rua (em áreas como Viaduto da Lapa e Viaduto
Mofarrej, na Vila Leopoldina) passa pela intensificação de abordagens
de persuasão feitas pela Secretaria Municipal de Assistência Social.
Esse é o posicionamento da subprefeita da Lapa, Soninha Francine,
frente à dramática situação de homens, mulheres, jovens e crianças que
vivem à margem das políticas sociais públicas. “Muitas vezes é preciso
ir além da persuasão, mas não existem instrumentos jurídicos para
tanto. Está em discussão na Câmara e no Ministério Público proposta que
equipara morar na rua a situações como morar em área de risco, onde a
Prefeitura tem o dever de agir imediatamente. Não se trata de
higienização social. Pelo contrário, trata-se de preservar a vida e
dignidade humana”, afirma Soninha.
O JG procurou saber dos partidos governistas e de oposição organizados
na região qual o posicionamento de cada diretório zonal em relação a
essa face da exclusão social. Para o ex-subprefeito da Lapa (gestão
Marta Suplicy) e membro do Diretório Lapa do PT, Adaucto Durigan, a
atual administração da cidade de São Paulo “não tem nenhum compromisso
com os setores excluídos da nossa sociedade e os tratam sem nenhuma
política pública capaz de, partir das condições objetivas desta
população, buscar alternativas para as suas vidas, sempre em parceria
com a sociedade civil”.
Para José Benedito Boneli Morelli, presidente do Diretório Lapa do
PMDB, a situação dos moradores de rua é grave, não só na região da Sub
Lapa, mas como em toda cidade. “É um assunto que vai requerer atenção
espacial por parte da Secretaria de Assistência Social (entregue à
vice-prefeita e peemedebista Alda Marco Antonio). “Ninguém duvida da
capacidade da Alda. Ela já mostrou (governo Quércia) como é que se lida
com problemas socais. Seu trabalho com os menores foi reconhecido
nacionalmente. Mas fica uma pergunta no ar: será que vão (governo)
deixar a Alda trabalhar do jeito que ela quer?”, questiona Boneli. A
presidente do Diretório Lapa do PV (partido da base governista), Camila
Moreti, disse que esse assunto é tratado pelas Executivas do partido em
São Paulo.