A enchente de terça-feira, 8, causou
prejuízos em vários pontos da região. Segundo o Centro de Gerenciamento
de Emergência, o volume de chuva que caiu sobre a cidade foi de 75,8
milímetros, um terço da média prevista para o mês (37,7), e a segunda
maior dos últimos dez anos, perdendo somente para 24 de maio de 2005
(com 76,2 milímetros).
Um dos pontos mais atingidos pelas águas foi a Companhia de Entrepostos
e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), vizinha ao Rio Pinheiros, na
Vila Leopoldina. Além da quantidade de chuva, uma falha no sistema de
drenagem na Usina de Traição, que regula a vazão do Rio Pinheiros,
provocou o refluxo da água que avançou para dentro da Ceagesp,
contribuindo para a inundação de alguns setores do entreposto. O setor
das melancias foi o mais atingido pela enchente. Os permissionários
tiveram perda de cerca de 10% dos produtos, o que representa um volume
de 70 toneladas. A Companhia teve que suspender as atividades para a
limpeza do local. De acordo com a Ceagesp, o maior prejuízo foi devido
ao impacto da interrupção na comercialização: R$ 15 milhões por dia. As
atividades foram retomadas na quarta-feira.
A direção da Ceagesp assegura que os produtos que entraram em contato
com a inundação, foi recolhido, destruído e descartado em aterros
sanitários ou enviados para usinas de compostagem. Várias ruas da
região da Leopoldina como a Avenida Gastão Vidigal, Mergenthaler e
também da Pompeia e Lapa de Baixo ficaram inundadas. Devido à enchente
na Marginal do Tietê, muitas pessoas ficaram ilhadas e não conseguiram
chegar ao trabalho. O prejuízo foi grande. Algumas lojas não abriram e
até bancos começaram atender mais tarde por falta de funcionários.
Moradora e presidente da Associação Amigos da Vila Pompeia, Maria
Antonieta Lima e Silva, teve a casa invadida pela água da chuva às 2h.
Ela conta que devido a enxurrada que descia a Rua Caraíbas, a água
acabou voltando para dentro de casa.
A Rua Turiaçu, próxima do Palmeiras e do Bourbon Shopping, também ficou
submersa. Segundo comerciantes, o Mercado da Lapa ficou preservado e
não inundou.
Segundo a Subprefeitura da Lapa, um Plano Emergencial está em estudo
para combate às enchentes, principalmente na região da Pompeia até que
seja dada uma solução definitiva para o problema naquela área.