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Os compositores de marchinhas
Manoel Ferreira e Ruth Amaral chegaram à concentração do Bloco Passaram
a Mão na Pompeia, em frente ao Bar Santa Zoé (na Rua Cotoxó), já
passava das 16h do sábado, 6. Eles eram aguardados pelos organizadores
do bloco. O motivo da expectativa foi a arritmia que fez Manoel ser
internado para exames no Hospital do Coração. Mas quem viu a animação
do compositor não imaginava que ele tinha acabado de deixar o hospital,
pouco antes do desfile pelas ruas da Pompeia. Moradores do bairro há
mais de 50 anos, Manoel e Ruth receberam homenagem durante o desfile
que marcou a abertura das comemorações do centenário da Pompeia.
Eles resgataram antigas marchinhas (que até hoje são sucesso na voz de
Silvio Santos) como “A Pipa do Vovô” e a “Marcha do Barrigudinho”,
acompanhados pelos tradicionais instrumentistas da Banda do Peru,
originários do Largo de São Francisco. O carnaval de rua teve ainda um
bonecão de Ribeirão Pires.
Famílias inteiras participaram da festa. Moradores saiam à rua para ver
a banda passar. Muitos não resistiram e caíram na farra. Fátima Heraki
mora no bairro do Paraíso. Ela foi à Pompeia almoçar com uma sobrinha e
acabou na folia. Para a moradora do condomínio Oggi, Françoise Liapis,
foi maravilhoso. “São Paulo com carnaval na rua é uma delícia”,
comentou ela. Outra a se divertir foi Eunice Martins. Uma jovem senhora
de 72 anos, que há 60 mora na Cotoxó. “Eu estava dançando no terraço e
eles (bloco) me chamaram, eu vim”, disse Eunice.
Um dos idealizadores do bloco, Ricardo Zambo fez a homenagem aos
compositores. “É um privilégio o bairro da Vila Pompeia ter moradores
como Ruth e Manoel”.
O casal se emocionou com a homenagem. “O reconhecimento público é muito bom”, disse Manoel Ferreira.
Por causa da chuva, o bloco fez uma parada no Olivo (bar), na Rua
Tucuna, mas logo os foliões continuaram o desfile. “O objetivo foi
alcançado. Reunimos várias gerações e resgatamos marchinhas como nos
carnavais de antigamente”, avaliou Zambo.
