Com a promessa de um amplo diálogo com a sociedade, inclusive com associações de moradores, o vereador José Police Neto, membro do G-8 (grupo de parlamentares engajados com a região da Subprefeitura da Lapa), assumiu, no sábado, 1 de janeiro, a presidência da Câmara Municipal de São Paulo (mandato de um ano). O evento, além da parte formal da posse, contou com um café da manhã (em frente à Câmara) aberto à população.
Confira os principais trechos do discurso de posse de Police Neto, proferido no hall do Palácio Anchieta (sede do Legislativo Municipal).
“Temos de ser capazes de trazer todos os segmentos da sociedade para este diálogo: sindicatos, associações de moradores, entidades da sociedade civil, grupos de defesa das minorias, os intelectuais dos centros de ensino e pesquisa e, em especial, aqueles aos quais faltam as mais básicas necessidades para uma vida digna. Absolutamente todos os segmentos desta cidade, que devem saber que têm o direito de falar aqui nesta Casa e, mais do que isto, têm o direito de serem ouvidos. Porque é muito distinto falar e ser ouvido. É até relativamente fácil dar direito a palavra a todos. Já ouvir aquilo que é dito por quem usa deste direito exige um degrau a mais de dedicação”.
“O conflito é inerente a democracia, as duas coisas não podem ser separadas. Embora tantos discursos apregoem – ainda mais em um dia como hoje – a convivência, a harmonia, estes momentos de consenso estão condenados a ser efêmeros e é bom que assim seja porque a sociedade só pode evoluir quando estas visões diversas se confrontem e produzam a síntese que seja melhor, ou ao menos mais completa, que as ideias originais”.
“Os interesses de todos os cidadãos paulistanos não são os mesmos. Grupos diferentes lutam para terem prioridade na distribuição de recursos escassos, a começar pelo espaço urbano e terminando com a política que será implementada. Aquilo que nos caracteriza, o que dá a esta Casa a razão de existir, não é a ausência do conflito, mas o método de resolvê-los, de produzir a síntese, através do diálogo, pela palavra, pela argumentação, pela persuasão”.
“Saber servir é uma tarefa de humildade, muito mais do que de competência. De ideal e não de ambição. É neste cenário que se tem de pensar o processo legislativo. Não como um processamento industrial no qual em uma ponta entra um projeto de lei e no outro sai uma lei pronta só cumprindo um trâmite burocrático. Mas como um problema sobre o qual todos nós paulistanos vamos falar, ouvir o que os outros têm a dizer, se debruçar sobre ele estudando-o, para lá no final chegar na síntese que atinja o objetivo final: o esforço de construir, a cada dia, com todos os homens e mulheres uma cidade mais justa e mais feliz”.