Comunidade defende ONG Reciclázaro

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Faixa em frente à igreja informa o fim da coleta

Desde a semana que antecedeu o Natal, comunidades da Lapa e da Vila Romana vivem um clima de mobilização plena em defesa da continuidade dos serviços sociais da ONG Reciclázro, entidade fundada pelo padre José Carlos Spínola, pároco da Paróquia São João Maria Vianney, loacalizada na Praça Cornélia.
Por conta de determinação do cardeal de São Paulo, Dom Odilo Scherer, o religioso assumirá, em fevereiro, a Paróquia São Domingos Sávio, fato que gerou na Lapa e Vila Romana grande preocupação quanto ao futuro de um dos projetos sociais da Reciclázaro na região da Praça Cornélia: coleta seletiva de lixo como forma de trabalho e renda para pessoas em situação de rua. “Dom Mamede (bispo regional da Lapa) passou-me a seguinte determinação: entregar para o novo pároco a casa (paróquia) em ordem”, afirma o padre José Carlos. Isso, segundo ele, implica na liberação do espaço reservado para receber o lixo reciclável nas dependências da paróquia (área lateral, ao lado da capela do Santíssimo).
Ao saber da desativação, a comunidade fez correr um abaixo-assinado endereçado ao cardeal no qual os signatários (mais de mil pessoas) pedem a permanência do padre José Carlos na Lapa e a continuidade do trabalho de coleta seletiva. A Arquidiocese de São Paulo se manifestou por meio de nota oficial afirmando não existir “nenhuma decisão da Autoridade Arquidiocesana sobre a desativação do Reciclázaro”. Ainda, segundo a nota, a Arquidiocese “deseja que sejam apoiadas as obras sociais ligadas à Igreja, e constituídas de maneira adequada, para que possam beneficiar da melhor forma os pobres”.

Recuo

No início da polêmica tanto o padre José Carlos quanto a direção da Reciclázaro se posicionavam lamentando o fim da coleta. A comunidade entendia que tal decisão se devia a decisões da cúpula eclesial. A Arquidiocese negava qualquer ingerência no assunto.
Na primeira semana de janeiro, Reciclázaro e o padre José Carlos conversaram com a Arquidiocese.
Na sexta-feira, 7, a ONG divulgava nota informando que “o local da coleta seletiva na Paróquia São João Maria Vianney foi desativado por entendimento da própria Associação, e não por oposição, orientação ou ordem da Arquidiocese de São Paulo, nem da autoridade eclesiástica”.
Mesmo com esse posicionamento da ONG, a comunidade organizada prossegue na luta pela manutenção da coleta seletiva. “Queremos conversar com o cardeal e lhe entregar o abaixo-assinado. Queremos o ponto de coleta reativado, para, somando pequenas ações, transformar São Paulo em uma cidade sustentável, justa e inclusiva”, afirma Ros Mari Zenha, membro do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Cades).

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