Decisões na Saúde

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A postura clara e resoluta do secretário municipal da Saúde, Januário Montone, ao debater no plano comunitário (no encontro da série À Mesa com Empresários) sobre o futuro do Hospital Sorocabana não deixa margem a dúvidas: a reabertura do complexo hospitalar da Rua Faustolo não é uma simples questão de retórica, mas sim prioridade absoluta no campo das políticas públicas de Saúde da gestão do prefeito Gilberto Kassab.
As 130 pessoas que na terça-feira, 17, participaram do evento promovido pelo Jornal da Gente ouviram do secretário Montone e do secretário adjunto, José Maria da Costa Orlando, discursos que apontam para uma solução concreta (desapropriação do terreno e edifício) no curto prazo (questão de semanas), devolvendo à população, sob controle da municipalidade, a única referência hospitalar no perímetro da Subprefeitura da Lapa enquadrada no Sistema Único de Saúde (SUS).
O roteiro traçado pela Prefeitura separa o caso Sorocabana em duas esferas de atuação: uma diz respeito ao direito do cidadão em usufruir plenamente dos serviços universais na área da Saúde, a outra engloba aspectos legais envolvendo possível tramitação. Montone foi bastante objetivo ao afirmar que caso a Associação Beneficente Hospitais Sorocabana não concorde com o valor da desapropriação a ser pago pela Prefeitura, a mesma depositará o montante em juízo, requerendo, ato contínuo, ao Judiciário a imediata posse dos bens, de modo a reabrir o hospital.
Dentro deste contexto, vale destacar algo raro nas relações entre poder público e sociedade civil. Normalmente, quando o futuro de um bem indispensável à população é colocado em xeque, quem pede providências aos governantes são os próprios munícipes. No debate com as comunidades da Lapa e região, Montone inverteu essa ordem: foi ele quem solicitou que, no âmbito comunitário, a população manifestasse apoio à decisão tomada pelo prefeito Gilberto Kassab em municipalizar o Sorocabana.
Enquanto Montone dialogava, um manifesto em defesa da municipalização percorria o salão do Espaço Armazém, local do debate. O documento, que agora circula em outras esferas, expressa apoio às ações da Prefeitura; pede particular atenção do Poder Judiciário e Ministério Público a eventuais desdobramentos legais e chama a atenção para que sejam divulgadas as causas e responsabilidades em relação ao colapso do Sorocabana.
Todos esses fatos reforçam, mais uma vez, que o caminho por conquistas cidadãs, nos bairros da gente, passa pela força de uma imprensa democraticamente engajada, como é o caso deste jornal, e pela articulação de múltiplas vozes comunitárias.

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