Um equipamento público que poderia atenuar o problema das enchentes na região do ITM-Expo (Jardim Humaitá, na Vila Leopoldina) continua em pleno estado de abandono. Trata-se da barragem de contenção de águas pluviais, construídas na gestão da prefeita Luiza Erundina (1989/93), e considerada precursora do sistema de piscinões adotados a partir da administração Paulo Maluf.
O diretor de Meio Ambiente do Conselho das Associações Amigos de Bairro da Região da Lapa (Consabs), Reinaldo Holdschip, convidou o Jornal da Gente para uma vistoria do local. O cenário é o mesmo verificado no final do governo Marta Suplicy e início da administração Serra-Kassab: córrego a céu aberto, comporta destruída e área de contenção de água ocupada por uma favela. “E pensar que esse equipamento de combate às enchentes foi com dinheiro público”, lamenta Holdschip.
Segundo o subprefeito Carlos Fernandes, para a recuperação do sistema de drenagem que deu origem aos piscinões é preciso, primeiro, remover as famílias que ocupam a área, dando destinação adequada às mesmas. “É um trabalho da Secretaria de Habitação” (Sehab), afirma Fernandes.
Para dar conta da demanda por moradias da população favelada na região do Jardim Humaitá, a Sehab teria que tirar do papel projeto apresentado á Sub Lapa em 2009, prevendo a construção de 530 conjuntos habitacionais numa ampla área junto à Ponte dos Remédios (terreno particular contaminado declarado como Utilidade Pública). Em nota enviada ao Jornal da Gente, a Sehab diz que “a licitação para o início das obras no local já foi concluída e a empresa que fará os novos condomínios, definida. No momento, está sendo finalizada a transferência da escritura do terreno em questão para a Prefeitura”.