Mudança no olhar urbano

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A cidade de São Paulo renovou, no domingo, 19, o seu Conselho Municipal de Política Urbana (CMPU), formado por 48 integrantes– 16 eleitos pela população (sendo oito titulares e oito suplentes), 16 funcionários da Prefeitura e 16 indicados pela administração municipal.

Cabe ao CMPU analisar e debater os relatórios anuais da política urbana, avaliar as questões relativas à aplicação do Plano Diretor Estratégico e acompanhar o planejamento e a política de desenvolvimento urbano do município, além de debater propostas para melhorar a cidade. Pela Macrorregião Oeste, a arquiteta Lucila Lacreta é a representante eleita pelo voto direto da população.

Se da área total da Macrorregião Oeste (127,9 km²), tomássemos apenas os 40,1 Km² (31,3%) correspondentes ao território da Sub Lapa, já poderíamos dizer que são enormes os desafios que Lucila tem pela frente no campo da política urbana regional pensada e repensada no âmbito do município. Basta lembrar que a região tem mais de 53% de seu território ligados às Operações Urbanas: uma já existente e em fase de reformulação (Água Branca); outra que começa a ser discutida (Lapa-Brás) e uma terceira em gestação (Leopoldina–Jaguaré). No total, a mancha de intervenção perfaz 21,4 Km².

Diante desse quadro, o primeiro grande desafio de Lucila, arquiteta militante, é convencer os seus pares no CPMU que será preciso um novo olhar em relação à região Lapa. Basta de encarar e avaliar as três Operações Urbanas de forma isolada. É necessário abrir um debate técnico que leve em consideração o conjunto das três intervenções propostas à luz do Plano Diretor Estratégico da cidade.

Os membros do CMPU não podem ignorar que o Distrito Lapa faz divisa com o Distrito Perdizes – onde está a Vila Pompeia, foco de boa parte da Operações Urbana Água Branca e Lapa-Brás – e também com o Distrito Vila Leopoldina. Este, por sua vez, tem área limítrofe com o Distrito do Jaguaré. Como se vê, as três Operações Urbanas se entrelaçam, exigindo uma detalhada análise técnica permeada de debates públicos e não apenas pelas reuniões ordinárias do CMPU.

Neste contexto, caberá a Lucila a organização de uma agenda de encontros comunitários com os mais renomados urbanistas que São Paulo dispõe em ambientes acadêmicos por excelência como USP, Mackenzie e FAAP.

Outro desafio imposto à representante da Macrorregião Oeste no Conselho é encontrar formas didáticas capazes de traduzir, em algo mais compreensível, a dura tecnicidade da análise que especialistas e professores doutores fazem das Operações Urbanas. Assim, será possível convidar a   comunidade a debater. 

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