Em época de eleição para prefeito e vereadores, a agenda de inaugurações de obras públicas em qualquer município tende a ser a menina dos olhos dos candidatos do partido ou coligação que está no poder, pois é notório que a mesma dá visibilidade a quem governa.
Na região da Sub Lapa esse quadro não é diferente. Em abril, na inauguração do Poupatempo (Rua Guaicurus esquina com Rua do Curtume), já se pôde sentir o peso e significado eleitoral de uma obra dessa envergadura. O alto escalão aliado (PSDB-PSD) marcou presença.
Na segunda-feira, 11 de junho, entram em funcionamento a AMA 24h e a AMA Especialidades, ambas erguidas na antiga área do Pronto-Socorro do Hospital Sorocabana. A inauguração oficial foi deixada para as próximas semanas e, novamente, deverá reunir muita gente em torno de caciques como o prefeito Gilberto Kassab, o governador Geraldo Alckmin e o pré-candidato a prefeito José Serra.
Sem dúvida, o Poupatempo e as duas AMAs tendem a marcar positivamente as gestões do PSDB (Serra e Alckmin) e do PSD (Kassab). Tanto pelo porte das duas obras, quanto pela relevância dos serviços colocados à disposição não apenas dos moradores da região da Sub Lapa, mas de toda a população de São Paulo e Região Metropolitana, governo estadual e Prefeitura se sentem à vontade para apresentar ao eleitorado atestado de competência em gestão. Mas nem tudo é festa nesse grande palanque eleitoral. A reabertura do Hospital Sorocabana sob gestão do governo municipal, prometida em público pelo prefeito Gilberto Kassab para o mês de julho, ainda não tem data marcada para ocorrer, conforme noticiamos com exclusividade nesta edição.
A realidade dos fatos se sobrepôs ao discurso político, escancarando o afã eleitoral. Depois da promessa oficial feita por ocasião do anúncio da municipalização (em concorrido ato oficial PSDB-PSD , no final de janeiro deste ano) entraram em campo técnicos da Secretaria Municipal de Saúde. Sucessivas vistorias ao que restou do falido Sorocabana (praticamente quatro paredes) mostraram que reabrir o hospital requer, antes de qualquer coisa, muito estudo de engenharia civil e complexos projetos de hidráulica e elétrica, de modo adequar o equipamento às rígidas normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Ao tornar de conhecimento público a real situação do futuro Hospital Municipal Sorocabana, a Secretaria de Saúde age com transparência, o que, convenhamos, é digno de nota positiva, sobretudo em tempo de campanha eleitoral.