Fortalecer as subs

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A cobertura das eleições para prefeito em São Paulo feita pelas emissoras de rádio, televisão e jornais de ampla circulação, invariavelmente deixa de lado uma questão que nós, do Jornal da Gente, insistimos em colocar no centro dos debates: o papel das subprefeituras e a importância dos subprefeitos.Vivemos, localmente, um momento oportuno para aprofundarmos essa questão, passando em revista os últimos sete anos e meio de gestões na Subprefeitura da Lapa,  no período Serra-Kassab, que pode ser dividido em três etapas. A primeira (2005-2008) com a Rua Guaicurus, 1000 – sede da Sub Lapa – perdendo boa parte das funções previstas na Lei (ainda em vigor) que criou a Subprefeitura como ponto central de uma gestão descentralizada da cidade. Foi um tempo de subprefeitos burocráticos, pouco dispostos a participar da vida comunitária e, em diversas ocasiões, optando por uma administração do “não” quando solicitados em demandas do associativismo regional. Foi também um tempo de complicado relacionamento com a imprensa local, vista não como fonte de informação crítica e difusão da realidade cotidiana, mas como adversário a ser combatido.A segunda fase (2009-2011) num modelo de subprefeituras completamente esvaziadas da Lei que lhes deu origem, o gabinete principal da Guaicurus, 1000, deu uma guinada positiva de 360º, com uma gestão participativa, afeita ao diálogo (com a comunidade e imprensa) e  marcando presença como parceiro nos principais eventos comunitários e deixando outro importante legado: diretrizes de planejamento urbano no tocante a obras.A terceira fase (2012) nos trouxe o modelo de subprefeituras esvaziadas e sob responsabilidade de coronéis aposentados da PM. De janeiro até  24 de julho, Kassab confiou a gestão da Sub Lapa a um coronel da reserva. Ao deixar o cargo sem se relacionar com a comunidade, foi substituído por outro, que ficará no cargo por cinco meses. A análise desses sete anos e meio de gestões na Sub Lapa nos mostra que em tempo de eleição para prefeito é imprescindível que os candidatos aproveitem o horário eleitoral gratuito (televisão e rádio) e os debates previstos na TV para dizer à população de São Paulo, que tipo de subprefeitura e perfil de subprefeitos cada um defende. Numa cidade com constantes transformações urbanas que causam grandes impactos (positivos e negativos) nos bairros, a descentralização da gestão urbana precisa ser retomada e sacramentada não mais como vontade do prefeito ungido pelas urnas a cada quatro anos, mas como lei que já existe.

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