Abastecimento e a crise

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A sexta-feira foi quente. Aliás, a quinta também. Um incêndio atingiu a comunidade da Avenida Manuel Bandeira, na Leopoldina, na tarde de quinta-feira. O Corpo de Bombeiros deslocou 13 viaturas para controlar as chamas. E água para apagar o fogo. A sorte é que não houve feridos. Na sexta-feira, um ônibus incendiou na Rua Trajano, na Lapa, e assustou todo mundo, mas segundo o Corpo de Bombeiro, o fogo foi provocado por um curto circuito. Não houve vítimas.

O pior aconteceu na Ceagesp durante a sexta-feira, um dia após o início da cobrança de estacionamento para caminhões e carros. A tarifação faz parte do novo sistema de circulação viária e  controle de portarias implantado pela C3V, concessionária que ganhou a licitação da Ceagesp. 

O protesto começou com latas de lixo e cabines de cobrança queimadas. A PM foi acionada. Informações de pessoas armadas levou reforço de policiais para Ceagesp. A cancela da portaria de entrada (3) foi quebrada. Durante o protesto, os manifestantes também atearam fogo em um caminhão guincho e em um prédio do entreposto. Lá estava o Corpo de Bombeiro para combater as chamas. O cenário era de uma praça de guerra. Um segurança foi atingido por pedras e um jovem ferido por arma de fogo foi socorrido e levado ao Pronto-Socorro. Até o final da noite as informações sobre a ocorrência e seu estado eram desencontradas. Os comerciantes do entreposto afirmam que buscam uma solução, dentro da Lei, quanto à cobrança de pedágio e repudiam as ações de vandalismo praticadas por grupos estranhos. 

Por causa dos danos, os clientes ficarão sem seus produtos neste fim de semana. Diante do resultado do quebra-quebra, a direção do Ceagesp informou na tarde sexta-feira que o varejão de sábado e domingo está suspenso. O entreposto só vai operar para carga e descarga, mesmo assim de forma restrita, devido às limitações provocadas pelos danos deixados pelo tumulto. 

Se a cobrança e as avarias das manifestações ameaçam afetar o abastecimento de produtos hortifrutigranjeiros, pescado e flores, outra crise está para se confirmar como a maior dos últimos 80 anos, o de abastecimento de água. O índice de armazenamento do Sistema Cantareira atingiu 15,5% da capacidade na sexta-feira, 13.  Na reunião do Comitê da Bacia do Alto Tiete realizada no Ciesp Oeste, quinta-feira, o vice-presidente, diretor-adjunto de Meio Ambiente do CIESP, Francisco Além lembrou que a possibilidade de racionamento não está afastada devido ao problema da estiagem muito prolongada e a falta de conforto de um volume de água para ser utilizado. Ou seja, não temos reservas para atender a população. A demanda é maior que a oferta. Pelo que parece, temos que continuar com a economia de água e rezar para que o governo execute projetos para resolver a questão hídrica na região. Caso contrário, não teremos água para nada, nem para apagar incêndio. 

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