Encontro democrático

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Nesta segunda-feira, 31 de março, que marca os 50 anos de um dos períodos mais tristes da história do Brasil,  o golpe de Estado que encerrou um governo democrático, colocando o Estado brasileiro em 21 anos de Ditadura Militar, o prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) abre a série de encontros À Mesa com Empresários realizada pela Página Editora/Jornal da Gente, Buffet Morenos e Espaço Armazém com o apoio do CIESP Oeste e Portal Tudoeste. Este encontro mostra que o período ditatorial ficou para trás. Haddad vai falar para convidados – empresários e lideranças da região – sobre o tema “Um ano de investimentos na Cidade de São Paulo”, uma espécie de balanço de como aplicou o dinheiro público até agora.O Á Mesa com Empresários foi pensado justamente para servir como um canal de debate de questões que afetam a qualidade de vida dos moradores. No encontro que já reuniu políticos de várias vertentes partidárias, os convidados terão a rara oportunidade de conversar com o prefeito e o prefeito de ouvir as manifestações dos convidados de forma democrática, bem diferente de 50 anos atrás. Naquela época essa reunião seria impossível.Graças a Deus e a muitas pessoas que perderam a vida, como o jornalista Vlademir Herzog, na luta contra a ditadura e por uma imprensa livre, que hoje podemos conversar e nos manifestar nesses encontros. Aliás, a eleição de Haddad é o resultado dessa democracia conquistada.A primeira vez que esteve no Á Mesa, em 2012, ele era apenas pré-candidato do PT ao cargo de prefeito da maior Cidade da Brasil. Acabou eleito pela maioria da população com 3.387.720 de votos válidos. Haddad sabe que seu retorno será diferente. Talvez por isso, demorou dois anos para voltar. Naquela ocasião era apenas um postulante ao cargo, como prefeito, com certeza, será cobrado porque as pessoas vão aproveitar para sugerir ou discordar de seus projetos, o que faz parte do processo democrático. A apresentação do substitutivo do Plano Diretor Estratégico, que vai orientar as políticas da Cidade, projetos de corredores de ônibus, a Operação Urbana Água Branca, canalização dos córregos e a reforma e reabertura do Hospital Sorobacana, instalação de Unidades Básicas de Saúde e transbordo estarão entre os questionamentos da comunidade. Ele também poderá falar do estímulo a criação de tantos conselhos (Participativo, de Habitação, Saúde, Transporte,…) quando outros se esvaziam, como é o caso do Cades-Lapa (Conselho Regional de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz da Subprefeitura Lapa), que conta apenas com quatro candidatos à eleição. O órgão de natureza participativa e consultiva que têm o papel de propor e colaborar com a formulação de políticas públicas relacionadas à proteção ambiental, acendeu a luz vermelha. Bem diferentes de anos anteriores.Como professor-doutor do curso de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP), hoje licenciado, Fernando Haddad poderá dar uma aula e falar como pretende solucionar os conflitos e necessidades de uma Cidade, e principalmente da região, que cresce desordenadamente. O À Mesa dessa segunda-feira marca o início de um novo período, não de ditadura, mas de debates democráticos em um ano que será de eleições. 

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