Um abaixo-assinado corre entre moradores da região da Vila Romana para garantir que a Paróquia São João Maria Vianney, da Praça Cornélia, mantenha a tradição de tocar o sino quinze minutos antes das missas de domingo e às 18h nos dias de semana, seguido da Ave-Maria. “Há 80 anos (idade da igreja) temos uma tradição de tocar o sino nestes horários. O sino toca durante 15 segundos. Além disso, nós temos a Ave-Maria. É uma tradição querida na Vila Romana, mas há cerca de um mês veio um fiscal da Subprefeitura Lapa dizendo que houve uma denúncia no Ministério Público reclamando do barulho. Depois vieram duas fiscais do PSIU (Programa de Silêncio Urbano da Prefeitura), não estava aqui, mas disseram ao sacristão que não deveria tocar mais o sino e Ave-Maria porque elas foram na casa do reclamante e mediram o som, tinha passado um pouquinho (os decibéis) e se fosse medir de novo e passasse, a igreja seria multada”, explica o padre Raimundo. Para evitar a multa, o religioso suspendeu o toque do sino e a Ave-Maria, o que resultou na mobilização da comunidade para fazer o abaixo-assinado.
A Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, por meio do PSIU, informa que recebeu apenas uma denúncia para o local e, em atendimento à legislação, realizou as vistorias necessárias. Foram efetuadas medições na casa do reclamante em 5 de agosto deste ano, às 18h, quando foi constatado que o ruído produzido estava dentro dos limites permitidos, diferente da informação ao sacristão. Segundo a assessoria de imprensa, isso significa que a igreja pode manter a tradição dentro dos limites permitidos por Lei. O trabalho do PSIU é norteado por três legislações, entre elas a Lei do ruído, nº 11.501, que foi usada no caso da igreja. Essa Lei delimita a quantidade de decibéis emitidos pelos estabelecimentos, a qualquer hora do dia ou da noite. Os limites de ruído são definidos pela Lei de Zoneamento (13.885/04). A igreja está em uma zona mista onde das 7h às 22h é permitido ruído entre 55 e 65 decibéis.