Há exatos 25 anos, os brasileiros iam às urnas escolher o Presidente da República após outro período idêntico do obscurantismo de uma ditadura militar: Collor e Lula chegavam ao 2º turno para uma disputa acirrada que dividia o país. Na reta final daquela campanha, Collor tirou da cartola um truque infalível dentro da estratégia que hoje se denomina “desconstrução” do adversário: levou à TV uma ex-namorada de Lula, Miriam Cordeiro, que o acusava de ter ordenado que ela abortasse a filha indesejada do casal, Lurian.
O jogo sujo funcionou. O candidato do PT, que naquele momento representava a esperança da chegada ao poder de uma geração que passou toda a vida lutando pela redemocratização, foi atingido em cheio pela propaganda com inspiração nazista de Collor.
Hoje há uma incômoda sensação de “déjà vu”: o terrorismo na propaganda eleitoral se repete, as mentiras, insinuações, leviandades, ameaças, baixarias, o ódio e as agressões destemperadas nos debates. Há uma só diferença gritante, diante de inúmeras semelhanças atemporais: quem reproduz os métodos da propaganda nazista agora é o PT, a vítima de 25 anos atrás.
A bola da vez é Aécio, opção que une o eleitorado de todos os demais candidatos do 1º turno e de quem atualmente defende os ideais que há 25 anos eram simbolizados pelo PT de Lula. Quem votar neste 5 de outubro em Aécio – não por acaso, neto de Tancredo Neves – estará resgatando a aura das Diretas Já, o respeito às instituições democráticas e aos princípios republicanos. Estará, acima de tudo, encerrando um ciclo perverso na política brasileira e dando um passo firme para o futuro de um país melhor, mais justo e mais humano.
Carlos Fernandes é presidente do PPS paulistano e foi subprefeito da Lapa de 2010 a 2011