Opor-se a bicicletas e ciclovias porque São Paulo é poluída e tem trânsito violento é como ser contra calçadas e pedestres. É até por ser assim que a cidade precisa que as pessoas se movamde maneiras mais saudáveis e sustentáveis.
Bicicleta já é o principal meio de locomoção para muitos. Implantar um sistema cicloviário é necessário para mais conforto e segurança a quem pedala equem ainda não criou coragem. As vias têm de atender a necessidades de deslocamento, não ter traçados sem propósito. Têm de ser pedaláveis por todos, não apenas jovens atléticos e audazes. Têm de favorecer a integração e harmonia entre os modais eos cidadãos.
Haddad está fazendo a desintegração. Despreza anos de estudo e o aprendizado com as boas experiências ecom os erros. Há quem o defenda porque “nunca fizeram tanto”, “é melhor que nada”. Como se fizesse escolas sem janelas, hospitais sem leitos e disséssemos: “ao menos está fazendo”.
Mexer no espaço ocupado por automóveis sempre gera incômodo. O prefeito preferiu a guerra ao diálogo; em vez de fomentar a convivência pacífica, alimenta a hostilidade.Comerciantes:bicicletas não são inimigas, ao contrário. Ciclistas, comércio de rua é vital. Quem nos prejudica é o Haddad.
Quando questionei Jilmar Tatto sobre o jeito atropelado de fazer “400 km”, ele desdenhou de minha preocupação: “O ótimo é inimigo do bom”. Secretário: o péssimo é inimigo do bom.
Soninha Francine é ciclista, moradora da região de Perdizes e ex-subprefeita da Lapa