A “zika” do carnaval

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Nesse carnaval além de incentivar o uso de camisinha para prevenção da Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis, os governos municipal, estadual e federal fazem campanhas de combate ao Aedes aegypty na tentativa de por fim a folia do mosquito. O minúsculo inseto tem o poder de transmitir várias doenças. Além da dengue que é mais conhecida por aqui, o Aedes tem o poder de contaminar as pessoas com o chikungunya e o zika vírus.

Na entrega oficial do Centro Especializado em Reabilitação do Hospital Sorocabana na terça-feira, o secretário municipal de Saúde Alexandre Padilha falou da preocupação com o avanço do mosquito, principalmente neste período do Carnaval por causa dos pontos de concentração de foliões com muitos deles vindos de outros estados. “Felizmente ainda não tivemos casos de transmissão de chikungunya e zika vírus na cidade, mas como a cidade tem o mosquito Aedes (aegypti) existe risco de começar a transmissão dessas doenças aqui também”, disse Padilha. No ano passado foram registrados mais de 100 mil casos só de dengue na Cidade, sendo mais de dois mil na região da Sub Lapa. Desde o início do ano foram 101 casos suspeitos de dengue e cinco confirmados positivos (1 na Leopoldina, 2 em Perdizes, 1 na Barra Funda e 1 na Lapa).

É preciso ficar alerta. Como lembrou o secretário, 85% dos criadouros do Aedes estão dentro das casas ou em locais de trabalho. Um dos recipientes mais usados pelo mosquito para proliferação da espécie são os pratinhos de plantas. O Aedes vive e sobrevive do contato com o ser humano. A fêmea precisa do sangue da vítima para fecundar seus ovos que são depositados em recipientes com água limpa parada.
O pequeno Aedes é, sem dívida, a maior prova que tamanho não é documento. Seu poder de contaminação colocou a comunidade internacional em alerta. A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margareth Chan, convocou um comitê de emergência para uma reunião na segunda-feira, 1 de fevereiro. A diretora da OMS teme por uma disseminação internacional do zika – apontado como um dos causadores da microcefalia em filhos de mães contaminadas pelo vírus. Se a contaminação por zika continuar crescendo no mundo, a doença pode comprometer a saúde de futuras gerações. Além do Brasil outros 23 países das Américas já registram casos de zika. De acordo com a previsão da OMS, cerca de 4 milhões de pessoas poderão ser atingidos pelo zika vírus nas Américas, 1,5 milhão somente no Brasil.

O quadro chama atenção pela gravidade. As secretarias Estadual e Municipal da Saúde realizam mutirão da campanha “Todos Juntos Contra o Aedes aegypti”, neste domingo (31) com ações em 12 parques estaduais da Grande São Paulo, entre eles o Villa-Lobos e o Água Branca. Neste sábado (30) a Supervisão de Saúde e a Subprefeitura Lapa promovem ações cata bagulho pelas ruas da Leopoldina – (que também terá desfile de blocos neste fim de semana) quando agentes da vigilância em Saúde realizam trabalho de conscientização para acabar com a festa do Aedes e a “zika” do carnaval.

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