Símbolo de sensibilidade e fonte de inspiração para poetas e compositores, as mulheres ganham cada dia mais espaço no que fazem. Ganharam até um dia especial, 8 de março – Dia Internacional da Mulher. A data ficou marcada pela luta de operárias de uma fábrica de tecidos da cidade de Nova Iorque, no dia 8 de março de 1857, que fizeram greve por melhores condições de trabalho. Elas ocuparam a fábrica e reivindicaram redução na carga diária de trabalho, equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. Reprimidas com violência, elas foram trancadas dentro da fábrica que foi incendiada. Cerca de 130 tecelãs morreram carbonizadas. Apesar do ato desumano, só em 1910, durante uma conferência na Dinamarca ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”, em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas, foi em 1975, por meio de um decreto, que a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
O dia ganhou relevância internacional, e a própria ONU dinamizou sua importância em 2008 com o lançamento de uma campanha “As Mulheres Fazem a Notícia”, destinada a chamar a atenção para a igualdade de gênero no tratamento de notícias na comunicação social mundial.
Lá se foram oito anos, mas a campanha “As Mulheres Fazem a Notícia” é mais atual do que se imagina. Nos últimos dias, a jornalista Débora Bergamasco mostrou seu profissionalismo ao assinar a matéria “A delação de Delcídio” publicada pela revista Isto É (com sede na Lapa de Baixo) com revelações bombásticas do senador petista que comprometem a presidente Dilma Roussef e seu padrinho e ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, o Lula.
A matéria provocou um reboliço no Planalto e na política nacional. Em sua página na rede social, a jornalista registrou “Ser mulher é um desafio permanente, é uma superação cotidiana. É provar todos os dias sua capacidade, vencer o preconceito, a discriminação e o machismo”.
Como Débora, um batalhão de mulheres tem que provar todos os dias sua doçura e também sua capacidade de vencer os obstáculos em um universo onde o homem ainda se prevalece do poder. Assim como a jornalista que abalou o País com as revelações da delação de Delcídio, mulheres da região serão homenageadas por sua luta e dedicação a comunidade em evento na Distrital Oeste da Associação Comercial de São Paulo, dia 16. Um dia depois, o Conseg Leopoldina homenageia o universo feminino (no auditório do Colégio Santo Ivo, 19h30) com a palestra da delegada Isilda Maria Vidoeira sobre a Lei Maria da Penha e da soldado PM Adriana sobre os desafios da mulher na Polícia. A policial foi alvejada na cabeça durante o roubo a um caixa eletrônico no portão da Ceagesp, em 2015.
Se por um lado algumas mulheres falham pelo caminho, a maioria delas faz histórias na tentativa de transformar o bairro, a Cidade e o Brasil em um lugar melhor e mais e cor-de-rosa.