O encontro preparatório (conferência regional) da Subprefeitura Lapa para a 7ª Conferência Municipal da Cidade de São Paulo realizado na manhã de sábado (18), recebeu críticas quanto ao modelo e pouco tempo de discussão, no auditório da Uninove da Avenida Francisco Matarazzo, na Água Branca. Realizada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU), o diretor do Departamento de Urbanismo Fábio Mariz Gonçalves explicou que os Planos Regionais das Subprefeituras irão definir os parâmetros e diretrizes das ações em áreas públicas, detalhando o traçado do Plano Diretor Estratégico no âmbito territorial de cada subprefeitura, a fim de articular as políticas setoriais, bem como complementar questões urbanístico-ambientais definidas no novo PDE. Cerca de 400 pessoas participaram da conferência regional da Lapa, a maioria ligada a movimentos de moradia reivindicou mais habitação.
Projetos paralisados ou com lentidão nos processos de instalação como das Unidades Básicas de Saúde (no Jaguaré, Lapa de Baixo, Vila Ipojuca) e a reabertura do hospital Sorocabana estavam entre as criticas a gestão Fernando Haddad. Dos 36 conselheiros participativos eleitos pela região da SubLapa, só três estiveram presentes: Paulo Cesar Maluf, atual coordenador do CMP na Lapa, Roberto Galdi e Maria Estela. Galdi lembrou a promessa da atual gestão de reabertura do Hospital Sorocabana, fechado desde 2010, mas que ainda não saiu do papel.
O conselheiro Paulo Maluf destacou a luta de dos anos do Conselho. “Lutamos e conseguimos (na primeira gestão do Conselho Participativo) regularização fundiária para 3500 famílias no Jaguaré, mas precisa melhorar a infraestrutura, com UBS e leitos do hospital Sorocabana, como disse Galdi. Ouvimos que não vai sair a UBS (do Jaguaré) que já tinha até terreno definido. Sinto-me enganado”, desabafou Maluf. “Agora deparamos com esse Plano Regional relâmpago, feito de uma forma rápida, sem levar para os distritos, para que a população local, as associações, moradores, empresas, comerciantes e lideranças locais, pudessem participar”, reclamou o conselheiro.
Associações de bairros e de empresários protocolaram um documento solicitando mais audiências para a participação da comunidade no processo do planejamento. “Protocolamos um documento criticando esse processo e solicitando a SMDU mais prazo para que os planos sejam realizados com grande participação dos bairros, nos bairros, com associações, moradores e demais entidades. Só quem mora conhece de fato e precisa ter voz. Da forma que está sendo feito só servirá de plataforma eleitoral”, protestou Rosi Dias do Movimento contra o Lixão da Jaguara. “Não queremos o lixão na Vila Jaguara e sim moradia”, destacou a moradora.