O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição pelo PT, Fernando Haddad, participou do À Mesa com Empresários, evento organizado pela Página Editora e Jornal da Gente com o apoio do Buffet Morenos, Espaço Armazém, Ciesp Distrital Oeste e Instituto Anastassiadis. Cerca de 160 convidados estiveram no almoço realizado na segunda-feira (19) no Espaço Armazém.
Na mesa junto ao prefeito estiveram presentes o candidato à vice, Gabriel Chalita, os candidatos ao cargo de vereador Luiz Claudio Marcolino e Nabil Bonduki, além do subprefeito da Lapa, José Antonio Queija.
Para Haddad, seus adversários na eleição fazem promessas de projetos que já estão em andamento em sua gestão. “Todo mundo está defendendo os projetos do governo, passando por novidade. Falam que São Paulo vai ser 100% LED. São Paulo vai ser 100% LED porque eu já comecei, temos entre 15% e 16%, e começamos pela periferia porque lá o povo acorda mais cedo. Falam em introduzir escola em tempo integral, mas já temos 100 escolas em tempo integral. Falam em construir 50 mil vagas em creches e nós já abrimos 100 mil vagas. Falam em construir 14 CEUs, mas eles já estão em construção”, afirma. Haddad também acrescentou que acredita que qualquer prefeito que seja eleito não interromperá as obras que estão em andamento.
O prefeito declarou que para investir em São Paulo foi fundamental a renegociação da dívida do município. “São Paulo era uma cidade insolvente, que não tinha dinheiro para nada quando eu assumi, em função da dívida que tinha com o governo federal. Minha principal promessa de campanha em 2012, até para que todos os prefeitos tivessem alguma chance de fazer alguma coisa pela cidade, era renegociar a dívida com a União. Todo mundo duvidou, dizendo que era impossível fazer o que queríamos. O fato concreto é que a nossa dívida caiu de R$ 72 bilhões para R$ 28 bilhões durante o meu mandato. Caiu para menos da metade com uma operação juridicamente simples, mas politicamente muito difícil”, explica.
O governo federal tinha a proposta de trocar o indexador da dívida, de forma a pegar o estoque atual para corrigir com uma nova taxa de juros mais baixa. A tese que a prefeitura liderou é a de que seria justo recalcular o estoque a partir da data da assinatura do contrato. “Se há um desequilíbrio reconhecido pela União, esse desequilíbrio tem que ser corrigido desde a data de assinatura do contrato, e não a partir de agora porque o estoque é impagável”, afirma Haddad. A proposta foi aprovada no Congresso Nacional e posteriormente sancionada por Dilma Rousseff.
Outra providência citada pelo prefeito para que São Paulo pudesse se desenvolver foi o Plano Diretor Estratégico da cidade, com objetivos descritos até 2030 em relação aos novos empreendimentos, zoneamento e uso do solo. “No pior momento da história da cidade em termos de crescimento econômico, a prefeitura vai bater recorde de investimento. Vamos fechar o quadriênio com R$ 17 bilhões de investimentos em transporte público, saúde, hospitais gerais, (hospitais) Dia e UPAs, educação, creches, escolas e CEUs, habitação, cultura e meio-ambiente. Foi aí que a gente investiu o dinheiro que a gente conseguiu abrindo espaço orçamentário em função da renegociação da dívida” , declara.
Candidato fala sobre mudança da Ceagesp e revisão de ciclovias
Durante o almoço, Haddad falou sobre os projetos da prefeitura para a região e respondeu às perguntas do público. Sobre a mudança da Ceagesp, o prefeito ressalta a importância de usar a área de aproximadamente 1 milhão de m² para construir um bairro que considera de “vanguarda”. “Queremos levar a Ceagesp e todos os centros logísticos de São Paulo, sobretudo de perecíveis, para Perus, na borda do Rodoanel, conectar esses centros logísticos com a Rodovia dos Bandeirantes e liberar a Vila Leopoldina para construir um bairro de vanguarda. Quando digo de vanguarda não é desprezando a população de baixa renda. Para mim, bairro de vanguarda tem pobre, tem rico, tem comércio, tem tudo. O bairro que interessa para São Paulo é um bairro misto na acepção da palavra, uma pequena cidade, com todas as classes sociais e atividades econômicas mais importantes”, diz. Haddad afirmou também que foi solicitado um laudo para a reabertura do Parque Orlando Villas Bôas, de forma a valorizar o bairro que já conta com o Parque Villa-Lobos, um shopping e duas linhas de trem.
A implementação de ciclovias, marca da gestão do prefeito petista, é um foco de debate constante na região. Haddad acredita que no longo prazo o projeto será valorizado pela população e afirma que, de forma semelhante ao que ocorreu na Praça Vilaboim, em Higienópolis, é possível rever as rotas. “As ciclovias representam 0,3% do que foi feito em investimento em São Paulo. Nós podemos rever. A CET faz as revisões, às vezes não dá certo, às vezes dá e melhora”, declara.
Sobre o Hospital Central Sorocabana, Haddad afirma que o plano de reabertura será parcial. “O Sorocabana foi repassado (pelo Estado) integralmente esse ano. Ocupamos com unidades móveis. Estamos fazendo o projeto para a reabertura, mas vamos abrir andar por andar”, promete. Sobre os Conselhos Participativos, ao ser questionado sobre o episódio da invalidação da eleição na Subprefeitura da Lapa, Haddad afirma que a ideia é que os conselhos sejam geridos apenas pela sociedade civil, de forma autônoma e sem interferência governamental.
O candidato a vice-prefeito Gabriel Chalita falou sobre a escolha de trabalhar com o Haddad e elogiou a intenção do prefeito de focar em educação na cidade. Ele ainda ressaltou a sinceridade do prefeito como um ponto positivo. “Gosto do sincericídio do Haddad”, afirma.
Veja com foi o À Mesa com Empresários com Fernando Haddad: