Rebeliões e o déficit de vagas nos estabelecimentos penais tomaram boa parte do noticiário esta semana, mas desde quinta-feira as manchetes estão voltadas para a queda do avião em Paraty que levava o ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato, entre os tripulantes.
Na rotina do bairro, a comunidade fica de olho nos acontecimentos nacionais e mundiais sem perder o foco do cotidiano local. O ritmo frenético da gestão do prefeito regional Carlos Fernandes vem rendendo elogios para suas ações do programa Cidade Limpa nas primeiras semanas de trabalho na Vila Anastácio, Sumaré e nesse sábado o mutirão de zeladoria será na Vila Jaguara. Isso, fora os atendimentos em reuniões com secretários, moradores e associações.
Neste período de verão, com temperaturas elevadas e fortes chuvas, as árvores começaram a cair. A Rua Coriolano ficou interditada por causa de uma espécie de grande porte que tombou sobre a fiação e em cima de uma casa, que por sorte estava vazia, em processo de demolição. Os comerciantes relataram que vários pedidos de remoção foram feitos à Prefeitura em administrações passadas, mas nenhuma providência foi tomada. Outra espécie de grande porte, doente com a base oca, do outro lado da via, , é apontada como nova ameaça pelos moradores. Herança da gestão anterior, o prefeito regional avisa que está programando a retirada para prevenir acidente. Os casos se repetem em outros endereços. Na sexta-feira, o trânsito também foi interrompido na Rua Marco Aurélio com a Praça Cláudio Galeno por causa de outra árvore, que com peso, partiu ao meio, durante a chuva na Vila Romana.
Entre os temas que devem dominar a gestão esse ano está a reabertura do Hospital Sorocabana – que tem um abaixo-assinado com cerca de 8 mil assinaturas – e do Parque Leopoldina Orlando Villas-Bôas fechado desde 2015 pela Justiça por suspeita de contaminação do solo, a construção da ponte projetada para ligar Pirituba à Lapa pela Avenida Raimundo Pereira de Magalhães e o prolongamento da Avenida Auro de Moura Andrade – intervenções da Operação Urbana Água Branca – além de uma solução para a passagem “toca da onça” (da Lapa de cima à de baixo) em discussão entre prefeitura regional e CPTM.
Moradores de rua e a permanência ou saída da Ceagesp da Vila Leopoldina também são debates da ordem do dia. Na quinta-feira, comerciantes e trabalhadores ligados aos setores de flores, hortifruti, pescados e carregadores realizaram a primeira manifestação contra a mudança do maior entreposto da América Latina. A mudança do mercado para um novo entreposto privado em Perus ganhou força na gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT), grande incentivador da urbanização da area da Ceagesp.
Durante a reunião do Conselho de Administração da Ceagesp, as entidades Sincomflores, Sincomat, Acapesp e Sindicar, dos segmentos de flores, hortifrutigranjeiros, pescado e carregadores da Ceagesp, entregaram ao representante do ministro da Agricultura Blairo Maggi um ofício com dados de uma pesquisa que mostra que 82,5% do mercado é contra a mudança da Leopoldina. Uma coisa é certa, do jeito que está não pode continuar. O que eles querem é a revitalização do entreposto onde, hoje, se concentra boa parte da população de rua da região atraídos pela abundancia de alimentos.
A gestão Doria anuncia a transformação de albergues em Espaços Vida, em parceria com uma rede hoteleira, empresa de alimentação e de cursos de qualificação e possibilidade de reinserção deles no mercado de trabalho.
A secretária de Desenvolvimento e Assistência Social, Soninha Francine e Carlos Fernandes serão os grandes protagonistas, junto com Doria, desse desafio de mudar a vida do morador de rua que vive acampado no canteiro central da avenida de acesso ao entreposto.