População critica implantação de CTA na Lapa de Baixo

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Foto: Bárbara Dantine

Bárbara Dantine
Rosana Altafin, presidente da AALB, reúne representantes do governo e moradores

A Associação Amigos da Lapa de Baixo (AALB) realizou uma reunião com moradores e autoridades na segunda-feira (23) para discutir a implantação do CTA (Centro Temporário de Acolhimento) na Rua Capitão José Inácio do Rosário, 56. Participaram do encontro Carlos Fernandes, prefeito regional da Lapa, José Castro, chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), Cleide Leonel Amaro Mendes, supervisora de assistência social da região e Valéria Franzese, supervisora de saúde do distrito Lapa/Pinheiros.

Rosana Altafin, presidente da AALB, afirma que quando recebeu a informação da instalação do CTA foi investigar como estava o entorno do primeiro CTA da gestão no Centro, e diz não ter visto consumo de drogas. “Cabe a nós fazer essa fiscalização. Se tiver problemas para o bairro eu entro com um mandado de segurança contra a Prefeitura”, diz.

José Castro afirma que a pasta de Filipe Sabará deveria ter se comunicado com a população. “Queria iniciar minha fala assumindo, fazendo uma mea culpa que houve um problema de comunicação, que isso saiu no Diário Oficial do Município e a comunidade não foi informada, não foi apresentado o que é o CTA, então essa reação é muito natural”, diz. O chefe de gabinete explicou aos presentes a estrutura e regras do CTA, onde reforçou o caráter temporário do equipamento. “O público que frequenta o CTA é aquele que está prestes a reconquistar a sua autonomia”, afirma. “Um convivente fica no CTA por cerca de seis meses, tem um cronograma de atividades para seguir e, quando sai, vai para moradia própria, como um quarto alugado, ou para outro tipo de equipamento da Prefeitura chamado república, que é um pensionato custeado pelo município”, completa. Carlos Fernandes falou sobre a importância do equipamento. “A SMADS promove novos equipamentos que tiram e não perpetuam as pessoas na rua. Esse CTA tem foco específico. Temos que ser solidários e tirar essas pessoas da rua. Esse é o nosso desafio como sociedade”, defende.

Os moradores criticaram a instalação do equipamento com medo de que a unidade faça o entorno ficar perigoso. “Não adianta vender (a ideia). É bonito, mas é um albergue. Quando anuncia que vai ter um equipamento desses, (moradores de rua) vem para a região molestar a população”, afirma a moradora Edna Martins, que elaborou um abaixo-assinado contra o CTA que conta com cerca de três mil assinaturas. Alexandre Uehara, diretor das Faculdades Integradas Rio Branco, relatou a ocorrência de assaltos e um estupro na região onde será colocado o CTA. José Castro afirma que os usuários do CTA são cadastrados e, se forem flagrados com álcool ou drogas, perdem a vaga. Os moradores questionaram se, justamente por não poderem entrar nessas condições, os usuários não vão ficar pelas ruas do bairro. Cleide Leonel Amaro Mendes e Valéria Franzese se dispuseram a participar de uma nova reunião para explicar os equipamentos e serviços da região. Está prevista a visita do prefeito João Doria na segunda-feira (30), às 15h, para a inauguração do CTA da Lapa de Baixo.

UBS

A reunião também contou com a participação do deputado federal Vinícius de Carvalho (PRB) que se comprometeu a colaborar com uma emenda parlamentar para a criação da UBS da Lapa de Baixo, demanda antiga da região. A unidade ficará na Rua Ricardo Cavatton, no mesmo terreno municipal onde será colocado o CTA. Os moradores criticaram que o anúncio da UBS, apesar de bem-vindo, foi utilizado como “moeda de troca” para a aceitação do CTA no bairro.

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