O Fórum Social Leopoldina realizou uma apresentação na segunda-feira (28) sobre o que são as ZEIS (Zonas Especiais de Interesse Social) e o trabalho dos conselhos, de natureza consultiva, deliberativa e com poder de interlocução no território. Dulcineia Pastrello, do Instituto Rogacionista, falou da sua experiência como conselheira no grupo gestor da Operação Urbana Consorciada Água Branca e no conselho de ZEIS referente à mesma área. “No conselho a gente aprende a se organizar, a ouvir o outro e a pensar no coletivo”, diz.
Em seguida, alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP fizeram uma apresentação sobre o PIU Vila Leopoldina/Villa-Lobos, onde mostraram as etapas do processo que contam com participação social.
O grupo discutiu sobre o abaixo-assinado, físico e digital, contrário ao PIU. O documento na internet, proposto pela Associação Viva Leopoldina, critica a transferência da população que mora no entorno da Ceagesp para o terreno da SPTrans, na Avenida Imperatriz Leopoldina, uma área que atualmente está contaminada. “Nós moradores e empresários da Vila Leopoldina e adjacências, abaixo-assinados e impactados diretamente pelo PIU, não aceitamos a transferência das favelas da Linha e Nove para o terreno contaminado por combustíveis (cancerígenos) – antiga CMTC, do local onde se encontram há mais de 50 anos e tiram seu sustento, ao lado da Ceagesp. Trata-se de uma limpeza que beneficiará apenas um grupo econômico (que pretende erguer ali luxuosos empreendimentos), exportando os graves problemas sociais existentes para local contaminado, onde existe desde 2012 o PL de um parque com o plantio de espécimes para remediação do mesmo, pois não temos áreas verdes ativas no bairro”, afirma o documento. Os moradores das comunidades que estavam na reunião demonstraram que estão dispostos a ir para o novo terreno, se a descontaminação for feita corretamente como em outros empreendimentos do bairro, e criticaram declarações preconceituosas publicadas na internet. “A gente precisa se unir para ter um bairro que seja melhor para todos”, afirma Carlos Alexandre Beraldo, da Associação de Moradores do Ceasa.
O Fórum Social foi criticado por uma moradora da Leopoldina que estava na reunião, por ser resistente ao contraditório e a manifestações que não concordam com o PIU. Alexandra Swerts defendeu que mais pessoas devem participar dos encontros para melhorar o diálogo entre os grupos. “Precisamos de um bairro plural, mais justo. Não pode evoluir apenas com apartamentos de quatro dormitórios e essas pessoas continuarem em situação de vulnerabilidade social”, diz
No encontro também foi anunciado o Dia da Diva, ação social que será realizada na Igreja Batista Palavra Viva no dia 18 de junho, que tem como objetivo resgatar a autoestima de mulheres em situação de vulnerabilidade. Serão realizados atendimentos de cabeleireiros, manicure e pedicure, maquiagem e terapias. Quem quiser, pode contribuir com doações de roupas, calçados, toalhas, produtos de higiene e participar do evento como voluntário.