Muitas coisas aconteceram, tantas outras mudaram, mas enfim, chegou mais uma Copa do Mundo. Depois de termos recepcionado tanto uma Copa como os Jogos Olímpicos, eventos realizados de forma questionável, chegou a hora de torcer novamente pela nossa seleção. Sempre terá alguém que vai falar que o País está um caos, cheio de problemas, e que não deveríamos perder tempo vendo jogos de futebol. Mas ter esse discurso não faz essas pessoas serem mais evoluídas.
Gostem ou não, o esporte é algo que tem grande impacto social e é uma paixão declarada da maior parte da nação. Eu poderia ocupar todas as linhas deste editorial para falar dos problemas históricos e estruturais do Brasil. E eles são tantos que, muitas vezes, esquecemos que temos coisas muito boas também como a nossa cultura única, com grandes artistas em todas as áreas, a solidariedade da maioria da população. A nossa brasilidade certamente ganha do pejorativo “jeitinho brasileiro”.
Apesar da decoração para o evento esportivo estar tímida este ano, especialmente na região, é bom ver a união das pessoas, que deixam crenças, times, conflitos e bandeiras políticas de lado para torcer juntas. Se ganharmos o hexa, será motivo de orgulho e muita comemoração. Mas orgulho mesmo é quando conseguirmos transformar e melhorar a vida da nossa comunidade. O trabalho é difícil e, muitas vezes, lento, como a luta por uma UBS na Lapa de Baixo, pleito documentado desde 1995 na Associação Amigos da Lapa de Baixo. Ainda sobre saúde, teremos no sábado (16) um debate da proposta que existe para a reabertura do Hospital Sorocabana, assunto que desde seu fechamento em 2010, nunca saiu de cena.
E saúde é apenas uma das demandas: segurança, zeladoria, áreas verdes, habitação digna sempre estarão em pauta pela Lapa. Conflitos existem, mas o lapeano é bem engajado na busca pelas melhorias na região. Assim como ocorreu durante a primeira Semana do Meio Ambiente, promovida pela OAB Lapa, com a união de diversas entidades e Prefeitura em prol da sustentabilidade e reabertura do Parque Orlando Villas-Bôas.
Que a comunidade sempre possa se unir e contar com o poder público para concretizar a evolução que a nossa região, cidade e país precisam. A jornada para o progresso é árdua, mas o orgulho de cada conquista comunitária dura mais do que aquele causado por qualquer goleada. Que o momento seja de torcer e se divertir, mas sem perder o foco dos objetivos que queremos enquanto sociedade. Aquilo que será o nosso maior orgulho.