A primeira reunião temática para discutir o PIU (Projeto de Intervenção Urbana) Vila Leopoldina-Villa Lobos aconteceu na terça-feira (24) no Edifício Martinelli. Estiveram presentes representantes do Conselho Participativo Municipal da Lapa, Fórum Social da Lapa, Instituto Rogacionista, Associação de Moradores da Ceagesp, moradores dos Condomínios da Vila Leopoldina, FAU-USP, Associação Leste dos Engenheiros e Arquitetos de São Paulo (ALEASP), Câmara Municipal de São Paulo, Metrô, funcionários da Prefeitura de São Paulo, além de representantes da Votorantin e Instituto URBEM, com um total de 33 pessoas. Também estiveram presentes o diretor de Desenvolvimento da São Paulo Urbanismo (SP Urbanismo), Leonardo Amaral Castro, e o prefeito regional da Lapa Carlos Fernandes. O trabalho foi coordenado pelo superintendente de Estruturação de Projetos, Marcelo Fonseca Ignatios, e a gerente de Participação Social, Patrícia Saran, ambos da SP Urbanismo.
O debate girou em torno das questões ligadas ao Plano Urbanístico e Meio Ambiente previstas no projeto. Foram realizados questionamentos em relação à saída ou permanência da Ceagesp, construção de equipamentos públicos e parque linear, geração de empregos, requalificação urbana, índices de parcelamento do solo, gabarito de altura, adensamento, áreas contaminadas e habitação de interesse social. Segundo a SP Urbanismo, os últimos dois temas serão abordados com mais profundidade na reunião temática prevista para o dia 2 de agosto.
A AVL (Associação Viva Leopoldina) enviou técnicos para acompanharem a reunião e critica a ausência de discussão de outros cenários também previstos no projeto. O grupo defende a utilização da ZEIS 1 (Zona Especial de Interesse Social) próxima à Ceagesp para a moradia das famílias das comunidades, ao invés do terreno da antiga garagem da CMTC, na Avenida Imperatriz Leopoldina.
Marcelo Ignatios explicou que a construção de novas moradias será mais benéfica do que a requalificação da estrutura onde as comunidades estão atualmente. “Fizemos uma última reunião específica com lideranças das favelas e com a presença do secretário Fernando Chucre, no dia 3 de julho, e nessa ocasião o assunto veio à tona de novo. A Sehab afirma, assim como nós que também somos urbanistas, que a adequação urbana, a reurbanização e condição de habitabilidade no eixo viário, seja (nas comunidades) do Nove ou da Linha, não trazem condição de melhoria da situação da habitação. Em que pese as duas áreas terem sido gravadas como ZEIS 1, e isso se repete em algumas outras situações em São Paulo, com ZEIS 1 sobre meio de ruas ou eixos ferroviários, o fato de estar gravada como ZEIS garante às famílias a condição de ter acesso à moradia e atendimento habitacional, não necessariamente, contra tudo e contra todos, sobre uma rua, afetando o uso público e o tráfego de veículos. (…) Uma vez que a gente está reformando e reabilitando esse território ao tecido urbano já existente, constituído, não nos pareceu razoável, entre prós e contras, manter (as famílias) lá. Exigiria uma logística de reurbanização e adequação da condição de edificação e de estrutura muito frágil, muito complexa, e que fica muito mais evidente construir unidades novas em atendimento a essa demanda”, afirma.
As próximas reuniões temáticas serão sobre estudos jurídicos (30/07, 15h30, 18º andar), estudos econômicos (31/07, 14h, 18º andar) e habitação de interesse social e meio ambiente (02/08, 14h, 26º andar), no Edifício Martinelli (Rua São Bento, 405, Centro).