É dever da imprensa, de maneira ética e transparente, promover o debate político. Apresentar as propostas dos candidatos, lembrar suas falhas ou feitos do passado e ser um elo de diálogo entre os anseios da população e as pessoas que podem torná-los realidade.
Quem lê as edições do JG já pode acompanhar eventos promovidos pela Página Editora justamente com o propósito de fomentar o debate entre candidatos, de todos os partidos, e a comunidade, em especial representantes de entidades que, justamente por serem porta-vozes de determinados grupos de pessoas, devem acompanhar de perto o panorama político que pode afetá-los.
Essa semana realizamos o primeiro Café com Política, em vistas da eleição de 2018. Mara Gabrilli contou mais uma vez para a população da Lapa a sua jornada, marcada por desafios e superação. Independente da posição política ou afinidade partidária que você, leitor do JG, tenha, temos que concordar que a trajetória de Mara é admirável e trouxe de fato melhorias para uma parcela de brasileiros que foi prejudicada por muitos anos. Seu trabalho levou a candidata a ser a primeira brasileira a integrar o Comitê da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, posto esse em que os integrantes não recebem salário, não têm privilégios e as duas reuniões semestrais do grupo, realizadas em Genebra, na Suíça, são bancadas pela própria ONU, sem custo para o integrante nem para o País.
Lógico que para se definir um voto muitos outros fatores estão envolvidos, de percepções subjetivas do eleitor a projetos pontuais prometidos pelos candidatos. Mas cabe a nós (da imprensa) muni-los das informações para que, sozinhos, os leitores possam refletir qual candidato mais se aproxima de seus ideais.
Diante de tantas notícias de corrupção, muitas pessoas sequer tem vontade de discutir ou acompanhar a política. Mas parafraseando o que Platão percebeu (há muito tempo), a falta de interesse na política faz com que quem se interessa governe os demais. Temos que garantir que os interessados sejam bons.
Devemos dar uma atenção às pessoas que querem fazer o mais difícil, promover ações cujos efeitos serão mantidos por muitos anos. É importante criar políticas sólidas, com planejamento e de longo prazo. Se isso não for feito, sempre teremos que lidar com problemas urgentes, com soluções que se sustentam por um curto período de tempo e acabam sendo mais dispendiosas do que benéficas.