Pais de alunos apoiam paralisação de professores

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Foto: Bárbara Dantine

Bárbara Dantine
Pais, professores e alunos no Pelezão para discutir encaminhamento da greve

Paralisados desde o dia 4 de fevereiro, servidores municipais realizam atos em frente à prefeitura após a aprovação na Câmara Municipal no dia 26 de dezembro do PL (Projeto de Lei) 621/16, do Executivo, que institui a Reforma da Previdência Municipal (Sampaprev), com 33 votos a favor e 17 contrários. Entre outras coisas, o texto prevê o aumento da alíquota básica de contribuição dos servidores, de 11% para 14%.

Na sexta-feira (15), décimo dia útil da greve, a Prefeitura de São Paulo informou que das cerca de 3,5 mil escolas existentes, 205 estiveram totalmente paralisadas. Nas demais áreas da administração municipal a ausência ficou em torno de 2%.

Na região da Lapa, as 16 escolas municipais, entre educação infantil e ensino fundamental, estão em sua maioria parcialmente paralisadas. Pais de alunos da Emei Dona Leopoldina realizaram na quinta-feira (14) uma reunião na escola para discutir com as professoras o rumo da greve e demonstrar apoio. “Muitas pessoas que pagam escola, plano de saúde, previdência privada não se importam com políticas públicas, quando na verdade um bom país é aquele em que você paga impostos e tem transporte, saúde e educação de qualidade. Com melhor distribuição de renda é que se reduz a criminalidade. As políticas públicas afetam a todos”, afirma uma professora. “A escola é uma comunidade, ou participamos ou não faz sentido”, afirma o pai de uma aluna.

Também foi discutida a precarização da educação, com falta de funcionários em toda a rede, e a dificuldade de conseguir diálogo com o prefeito Bruno Covas, que só aceitaria receber os grevistas com o fim do movimento.

Após a reunião, o grupo seguiu para o Pelezão para um piquenique e confecção de cartazes. Esteve no local o vereador Celso Giannazi (PSOL), suplente de Sâmia Bomfim, que assumiu o mandato após ela ser eleita como deputada federal. “A comunidade tem que se sentir pertencente e temos que abrir um canal de comunicação com o prefeito. É pela educação, não pelos 3%. Não se trata de uma defesa de privilégio, mas de qualidade no serviço público. Foi uma covardia aprovar o projeto de lei no dia 26 de dezembro quando os professores estavam desmobilizados”, afirma o vereador.

Mesmo em greve, a maioria das escolas estão abertas, com presença de professores, alunos e pais. Funcionários que servem a alimentação das crianças trabalham normalmente.

*Professores e pais pediram para não serem identificados na matéria.

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