Os três primeiros lugares do carnaval de São Paulo, com desfiles realizados na sexta-feira e sábado (1º e 2), ficaram com escolas de samba localizadas na região da Lapa. A campeã de 2019 foi a Mancha Verde, que conquistou seu primeiro título ao contar a história da princesa Aqualtune, avó de Zumbi dos Palmares. O enredo também abordou temas como a intolerância religiosa e a luta pelos direitos dos negros e das mulheres.
Para Jorge Freitas, carnavalesco da Mancha Verde, o título é um reflexo da gestão da escola. “Acho que a vitória vem através de um projeto muito audacioso e do trabalho realizado durante um ano. Por isso que realmente nós nos sentimos como vencedores mesmo. Com certeza foi uma das escolas que mais trabalhou. Trabalhamos por dez meses direto. O que faz hoje a Mancha Verde ser forte é a gestão, nosso sistema de organização. Tudo isso é uma somatória e contribuiu para que o nosso projeto, nosso enredo, no final tenha sido recompensado com a vitória”, diz.
O primeiro desfile da escola aconteceu em 1996, com um enredo que alertava para a destruição da natureza. Na data a Mancha Verde ficou em segundo lugar no grupo de espera e subiu para o grupo especial dos blocos. A primeira participação da escola no grupo especial do carnaval de São Paulo foi em 2005. Em 2018 ficou em terceiro lugar com um enredo em homenagem ao grupo de samba Fundo de Quintal.
No carnaval deste ano, o segundo lugar ficou com a Dragões da Real que apresentou o enredo filosófico “Invenção do Tempo – Uma Odisseia em 65 minutos”, e em terceiro a Sociedade Rosas de Ouro com “Viva Hayastan!”, sobre a cultura, história e genocídio do povo armênio. A outra escola da região, Águia de Ouro, ficou em sexto lugar, com um enredo que critica a corrupção no Brasil. Na sexta-feira (8) o Sambódromo do Anhembi recebeu o Desfile das Campeãs Barroca Zona Sul, Pérola Negra, Império de Casa Verde, Unidos de Vila Maria, Rosas de Ouro, Dragões da Real e Mancha Verde.