Muitas pessoas ficam indignadas com a política, corrupção, falta de qualidade na saúde e educação, ou mesmo com questões relativamente menores, como a presença de incontáveis buracos na rua do bairro em que moram. Se revoltam com esses problemas, querem melhorias, têm vontade de participar, mas, muitas vezes, não sabem como.
Uma das peças fundamentais para a gestão democrática é a formação dos conselhos, ou seja, mecanismos institucionais de participação da sociedade civil que auxiliam no controle de políticas públicas. Temos como exemplo os conselhos municipais de Saúde, de Política Urbana, entre outros, e também aqueles ligados a estruturas menores, como UBSs ou escolas.
Por envolver pessoas, cada uma com seus valores, ideais e pontos de vista, é inevitável que surjam conflitos nas reuniões destes conselhos, mas, nos casos de grupos regionais, geralmente é mais fácil focar no assunto de interesse e não se perder em discussões inconciliáveis.
Talvez o Conselho Participativo Municipal da Lapa seja um dos mais importantes para nós, já que o nosso principal órgão é a Subprefeitura Lapa e o CPM acompanha justamente as questões ligadas ao território. Desde sua criação, em 2013, tivemos várias composições de conselhos, das pouco participativas às que brigavam por qualquer coisa. Com moradores interessados em melhorar a região e outros que só queriam fazer palanque político. Esse último semestre foi de bastante trabalho para o CPM Lapa, com discussões de muita importância para a região. Infelizmente a participação poderia ser melhor, já que são frequentes as ausências, mesmo que justificadas, de conselheiros. Com faltas mês após mês, seria justo deixar os suplentes assumirem os cargos.
Mas para ajudar seu bairro a melhorar não é preciso ser um conselheiro eleito. É possível participar das reuniões, conhecer, conversar e levar problemas para os conselheiros encaminharem. Certamente é uma porta de entrada para quem quer fazer algo e não sabe por onde começar.
Também é possível se dedicar a questões específicas, como o conselho gestor do PS da Lapa ou qualquer outro equipamento público de saúde. Outro caso bastante positivo foi o dos moradores que se mobilizaram pela Praça Nova Lapa. Apesar de não ser um conselho formal, foi a articulação e união da sociedade que permitiu que a área fosse revitalizada.
Colaborar de forma voluntária para uma praça, bairro ou região serem melhores devia ser a vontade de todos. O que não pode acontecer jamais é perder esses espaços de participação. A construção do bairro ideal deve ser feita com constância, no dia a dia. Não apenas em eventos pontuais como audiência públicas ou época de campanha.